sexta-feira, 24 de junho de 2016

UNITED KINGDOM OUT

O movimento Brexit, que advogava a saída do Reino Unido da Europa Comunitária, foi o vencedor (com perto de 52% dos votos exprimidos) do referendo de ontem. O que já está a provocar uma onde de choque nos mercados financeiros internacionais, mas igualmente nas consciências de milhões de continentais, também eles insatisfeitos com o rumo que está a tomar a organização supranacional europeia sob o 'diktat' alemão. E o que há a temer é que o 'Brexit' aja como uma destruidora bola de neve e leve (como já se teme) outros países a navegar para outras águas sem levar consigo a bandeira azul das estrelinhas. Ameaças dessa índole já foram formuladas, aliás, pelos Países-Baixos e pela Finlândia; que se estão literalmente macacando para a sobrevivência do 'projecto europeu'. Embora desagradado com a política comunitária (em cujo espaço eu já vivo há mais de 50 anos), acho tudo isto natural. Porque a Europa falhou em vários campos, nomeadamente no da solidariedade e da entreajuda entre os seus membros. Que todos são iguais... só que (como é sabido) alguns são mais iguais do que outros. Por outro lado, acho perfeitamente injusto e escandaloso, que nações como a Alemanha (entre outras) tenham ganho muitos milhares de milhões de euros com o afundamento económico e com a austeridade imposta a países como a Grécia ou como Portugal. Só para falar destes, claro !. Assim, nestas circunstâncias e como tanta gente, aventuro-me a preconizar : ou as regras do jogo mudam (para melhor) na C. E. ou adeus Europa. O que é pena... Até porque, a ficarmos isolados neste mundo incerto e cruel, acabaremos, de novo, por cair numa ditadura ou sob as garras de um 'regime democrático', onde prevalecerá a lei dos vampiros. A lei dos banqueiros ladrões, dos patrões indignos e a dos políticos incompetentes e/ou corruptos. Eis as perspectivas. No que respeita a nação dissidente, é mais que certo que esta sua decisão vai incitar a Escócia (que votou maioritariamente no sim à permanência na Europa) a separar-se politicamente do Reino Unido e que um movimento de insatisfação surjirá na Irlanda do Norte (que, também ela rejeitou o 'Brexit') na sequência desta nova situação. E daí a ver Londres transformar-se na capital de um estado minúsculo e diminuído da influência internacional que já teve vai um passo.

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