segunda-feira, 6 de junho de 2016

RECORDANDO O HERÓICO PATRÃO LOPES...


Este monumento (constituído por um busto sobre pedestal) foi erigido à memória do corajoso Patrão Lopes e pode admirar-se num jardim de Paços de Arcos, (Lisboa), onde o homenageado faleceu no dia 15 de Dezembro de 1890. Na placa aposta sobre a peanha pode ler-se : «Ao benemérito Patrão Joaquim Lopes e aos que, com abnegação, o acompanharam nas horas de perigo». Mas, afinal, quem foi o Patrão Lopes, esse herói quase esquecido ? -Natural de Olhão -terra de grandes marítimos- Joaquim Lopes emigrou, com 19 anos de idade, para Gibraltar, onde não logrou tirar grande proveito dessa sua experiência. Dois anos mais tarde estava de regresso a Portugal, fixando-se na vila ribeirinha de Paço de Arcos, onde arranjou um emprego -como remador- na chamada falua do Bugio. Mais tarde passou-se para o corpo de salva-vidas da sua terra de adopção, onde ascendeu ao posto de patrão e onde se destacou pela sua grande coragem e por uma abnegação fora de comum. Sabe-se que, na barra do Tejo (principalmente), o Patrão Lopes e a sua equipa de salva-vidas resgataram centenas de pessoas ao mar, na sequência de naufrágios e de outros dramas da navegação. O seu mérito foi-lhe reconhecido em vida e o Patrão Lopes -um autêntico lobo do mar- tornou-se numa das mais populares e respeitadas figuras do seu tempo. O rei D. Luís, por exemplo, condecorou-o com a Ordem da Torre e Espada e conferiu-lhe a patente de 2º tenente da Armada. E o governo de Londres também lhe concedeu uma condecoração pelo salvamento das tripulações de dois navios britânicos. Quando o Patrão Lopes faleceu, com a venerável idade de 90 anos, o seu funeral, organizado pela Armada Portuguesa, constituiu uma manifestação de pesar incomum, com desfile náutico no estuário do Tejo. Posteriormente, a marinha de guerra portuguesa deu o seu nome a uma das suas unidades, colocada ao serviço do Instituto de Socorros a Náufragos, que, curiosamente, também ela se distinguiu no auxílio às tripulações e passageiros de navios em perdição.



«Ganhou as que traz ao peito hábitos e medalhas
Nunca matando irmãos, mas a rasgar mortalhas»

(Versos de Tomás Ribeiro, gravados no monumento que os seus conterrâneos olhanenses lhe levantaram -em 1957- em frente da ria Formosa; num jardim que também tem o nome do benemérito Patrão Lopes).

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