domingo, 4 de junho de 2017

CUIDADO COM A LÍNGUA


ABALROAR é um termo da marinha de outrora, que significava esbarrar, bater com força, embater contra. Usava-se quando duas embarcações inimigas de séculos passados se encontravam em alto mar e decidiam afrontar-se através de uma abordagem provocada. Essa operação consistia em lançar ao navio do adversário as balroas (daí a origem do verbo abalroar), que eram arpéus ou fateixas presos a cabos ou correntes e aproximá-lo de si (até os cascos chocarem), em vista de um posterior combate corpo a corpo entre tripulações.  Mais tarde, o verbo abalroar passou a designar o choque acidental ou voluntário entre viaturas e, hoje, é corrente utilizá-lo nesse sentido. ABALROAR e não 'albarroar', como por já várias vezes ouvi pronunciar a alguns jornalistas da TV. O que é lamentável, porque em matéria de vocabulário esses profissionais não podem falhar. Acho eu. Porque são ouvidos por muitos milhares de espectadores, que podem ser induzidos a reproduzir o erro.


A propósito de jornalistas televisivos, ouvi, ontem, da boca de um deles que comentava um acidente ocorrido no País Basco com um trabalhador português, que o homem, ferido, foi transferido para o Hospital de Donostia, em San Sebastián. Parece-me que, também neste caso, há uma enorme confusão. Porque Donostia é o nome basco da referida cidade do golfo da Biscaia. Mais nada. Portanto Hospital de Donostia ou Hospital de San Sebastián é uma e a mesma coisa.

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