terça-feira, 27 de junho de 2017

CINE-NOSTALGIA (67)

«A VACA E O PRISIONEIRO» («La Vache et le Prisonnier») é uma das comédias do cinema francês mais vistas e apreciadas da segunda metade do século XX. Baseada numa história autêntica, teve realização de Henri Verneuil (1959) e a participação artística de Fernandel, René Havard, Alain Rémy, Bernard Musson e Inge Schoner. Esta película (com distribuição da famosa e pioneira companhia Pathé) foi filmada a preto e branco e tem uma duração de 119 minutos. A história contada inspirou-se em factos ocorridos na Alemanha e em França, durante o 2º conflito generalizado. Sinopse : um prisioneiro de guerra francês, Charles Bailly, é obrigado a trabalhar nos campos de uma quinta, cujo proprietário se encontra a combater na frente russa. E estabelece boas relações com as mulheres da dita propriedade, que vão fechar os olhos quando ele decide evadir-se, à luz do dia, usando o seu uniforme de cativo (com as letras KG em evidência nas costas do casaco) na companhia de Margarida, uma pachorrenta vaca leiteira. A travessia do território alemão é cheia de peripécias, mas Bailly logra alcançar a velha Gália e a tão desejada liberdade. Ali, quando já se julgava a salvo, o ex-prisioneiro é perseguido por dois polícias e, para escapar a um rotineiro controlo de identidade, acaba por tomar um comboio que o leva... de retorno a território inimigo. De onde ele será dispensado, dois anos mais tarde, no final da guerra, como os demais prisioneiros. Fernandel teve aqui um papel de excepção e pode dizer-se que esta sua película -que combina apartes de humor hilariante com cenas algo dramáticas- se conta entre as mais populares de todo o seu reportório. Refira-se, ainda, a propósito desta fita e como mera curiosidade, que «A VACA E O PRISIONEIRO» inspirou um outro cineasta francês, Claude Autant-Lara, que a quis rodar com o concurso do actor Bourvil no papel de Charles Bailly. A disputa entre os dois realizadores envenenou-se e foi levada a tribunal para que um juiz estabelecesse quem teria legalmente o direito de a rodar. Verneuil ganhou a questão e fez deste seu trabalho uma referência do cinema clássico francês.

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