Estas duas imagens -um selo de correio comemorativo e uma tela de José de Sousa Azevedo- aludem, ambas, à morte de Juan Fernandez de Andeiro (fidalgo de origem galega, conde de Ourém, conselheiro e amante de D. Leonor Teles, regente do Reino de Portugal), que ocorreu a 6 de Dezembro de 1383 nos aposentos privados da viúva de D. Fernando. Os autores do seu assassínio foram o mestre de Avis e alguns dos seus partidários. Segundo o cronista Fernão Lopes, D. João foi quem terá aplicado a primeira cutilada ao Andeiro, cabendo, depois, a um seu companheiro de nome Rui Pereira desferir a estocada letal. Quando soube do acontecimento, o povo de Lisboa -que detestava D. Leonor e o conde Andeiro- festejou-o ruidosamente nas ruas da cidade, reclamando o trono para o mestre de Avis; que era, como sabido, um filho bastardo de el-rei D. Pedro. Na sequência deste episódio sangrento, que constituiu um golpe nas pretensões da impopular regente, João I, rei de Castela (e marido de D. Beatriz, filha e herdeira de D. Leonor Teles), invadiu Portugal. A guerra seria longa e cruenta, só terminando em 1385 com a debandada do exército estrangeiro, após o seu humilhante insucesso em Aljubarrota. E, naturalmente, com a posterior aclamação do futuro 'rei da Boa Memória'. Os acontecimentos de 1383 levaram, igualmente, a uma verdadeira revolução burguesa, que trouxe às classes inferiores da sociedade medieval portuguesa mais direitos e uma maior participação nos destinos da nação.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário