As tapas -aparentadas aos saudosos petiscos das nossas velhas tabernas- fazem parte da 'arte de viver' dos nossos vizinhos espanhóis; sejam eles madrilenos, andaluzes, valencianos, catalães, bascos ou extremenhos. Aqui ao lado, o consumo de tapas está arreigado nos hábitos das pessoas e é impensável imaginar uma aldeia, uma vila ou uma cidade (por muito pequenas que elas sejam) que não tenha um ou vários estabelecimentos onde se possa beber um copo de vinho ou uma cerveja acampanhados por umas lascas de 'serrano', umas azeitonas recheadas, uns 'pimientos rellenos', umas rodelas de calamar, uns croquetes, uma fatia de 'manchego' ou, até, algo de muito mais sofisticado e consistente. Conheci um valenciano, em França, que um dia, falando de tapas, me revelou a existência de uma cervejaria da sua terra natal onde, quotidianamente, se serviam mais de duas centenas de tapas diferentes. E eu fiquei abismado (e maravilhado), porque adoro a arte do 'pincho'... Aqui, no Alentejo, ainda vão sobrevivendo algumas tascas onde subsiste essa prática. Mas são, infelizmente, cada vez menos. O que é pena...
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