Há cerca de 4 meses -precisamente a 22 de Dezembro de 2011- o sobreiro tornou-se, oficialmente, a Árvore emblemática deste país que é o nosso. O 'Quercus suber', como lhe chamou o botânico sueco Lineu, ascendeu a esse estatuto graças a uma resolução (apoiada pelas associações ecológicas Árvores de Portugal e Transumância e Natureza) apresentada na Assembleia da República e que mereceu o voto unânime de todos os nossos parlamentares
Esse reconhecimento da Câmara de Deputados visa reforçar as leis que já protegem uma árvore característica e simbólica do mundo mediterrânico, que ocupa quase 740 000 hectares do território português e que 'pesa' 10% de todas as nossas exportações. O importante é que, a partir de agora, as malfeitorias cometidas contra esse símbolo nacional e componente importante da nossa indústria silvícula sejam severamente castigadas e não tratadas com a ligeireza observada num processo recente de abate abusivo de sobreiros. Porque se nós não respeitamos as nossas próprias, então está aberta a porta para o caos
A protecção do sobreiro deve ser um desígnio nacional. Porque esta árvore está ameaçada e requer, naturalmente, a atenção e os cuidados de toda a nossa população, dos peritos como dos leigos na matéria
Até porque a importância do sobreiro não se esgota com o negócio da cortiça. O montado português é um dos mais importantes ecosistemas do continente europeu e, como tal, deve merecer os cuidados que se dispensam a todos os espaços naturais do Velho Mundo. Não perceber isso, agora, é concorrer para a nossa perda. Curiosidade : a belíssima tela acima apresentada é um trabalho do rei D. Carlos (de Bragança); que, se não foi um bom governante, foi, sem dúvida, um cientista de excepção e um artista plástico com talento
Durante muito tempo a indústria da cortiça esteve quase exclusivamente ligada ao fabrico de rolhas e a pouco mais. Hoje, essa matéria vegetal encontrou novas aplicações, nomeadamente no domínio da moda, como o atesta a colecção de objectos aqui apresentada
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