terça-feira, 10 de maio de 2011
OS FILMES DA MINHA VIDA (50)
«ESTRELA DO DESTINO»
FICHA TÉCNICA
Título original : «Lone Star»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : Vincent Sherman
Ano de estreia : 1952
Guião : Howard Eastbrook e Borden Chase
Fotografia (p/b) : Harold Rosson
Música : David Buttolph
Montagem : Ferris Webster
Produção : Z. Wayne Griffin
Distribuição : Metro Goldwyn-Mayer
Duração : 94 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Clark Gable ………………………………….………… Devereaux Burke
Ava Gardner ………………………………………….. Martha Ronda
Broderick Crawford ……………………… ……. Thomas Craden
Lionel Barrymore ……………………..…………… Andrew Jackson
Beulah Bondi ………………………………………….. Minniver Bryan
Ed Begley ……………………………………………….. Anthony Demmet
William Farnum ……………………………………… Tom Crockett
Lowell Gilmore ……………………………………….. capitão Elliott
Moroni Olsen ……………………………………..…… Sam Houston
Russell Simpson ……………………………………… Maynard Cole
SINOPSE
1845 : o presidente Jackson incumbe o aventureiro Devereaux Burke de negociar com Sam Houston a integração do Texas nos Estados Unidos da América. O mensageiro dirige-se a Austin, capital da nova república, onde encontra um clima desfavorável à anexão. Entre os adeptos da total independência do território figuram Thomas Cradem, um rico ganadeiro com grandes ambições políticas e a sua namorada –a bela Martha Ronda- que dirige um influente jornal local.
A população segue-os maioritariamente, até porque o homem mais influente do Texas, Sam Houston, parece ter deixado transparecer que a via autonómica seria aquela que mais e melhores vantagens poderia trazer à população anglófona local.
Burke vai encontrar o vencedor de Santa Ana em território Apache, onde o seu prestígio merece a confiança dos pele-vermelhas, que solicitam a sua arbitragem para resolver diferendos tribais. O velho general confia, então, uma missiva ao mensageiro do presidente Jackson, na qual declara, afinal e sem margem para dúvidas, o seu apoio à causa da integração do Texas na União de estados.
A posição de Houston vai fazer pender a balança a favor de Burke, que, após uma violenta escaramuça contra a gente fiel a Craden, acaba por redundar na vitória de um Texas integrado numa grande nação, que, num futuro muito próximo, se estenderá do Atlântico ao Pacífico e do rio Grande até à fronteira canadiana.
Craden vencido e resignado, acaba por empunhar a bandeira do Texas e do destino promissor que espera por este vasto território, arrancado ao México depois da vitória definitiva de Sam Houston na batalha de San Jacinto. E acaba, ao mesmo tempo, por conformar-se com a perda da bela Martha, que cedera ao amor sincero de Devereaux Burke.
O MEU COMENTÁRIO
Que pena ter-se querido introduzir nesta fita ingredientes de natureza histórica e alguns laivos de despropositada propaganda… E de, assim, se ter estragado aquilo que até poderia ter sido um razoável western. Um simples western, como aqueles que o público do tempo tanto apreciava.
É que esta «Estrela do Destino» -servida por um naipe de bons actores- enferma de incoerências e anacronismos gritantes. Que talvez tenham passado despercebidos aos espectadores culturalmente menos bem preparados de meados do século XX, mas que chocam, hoje mais do que nunca, quem tem a oportunidade de rever a fita. Em formato DVD, naturalmente.
Porque, nos nossos dias, já ninguém pode (e deve) ignorar o autêntico roubo que constituiu a passagem do Texas e de outros territórios mexicanos situados a norte do rio Grande para mãos ianques; roubo que se processou, curiosamente, nos mesmos moldes que presidiram à recente e famigerada independência do Kosovo. Por outro lado, incomodam o espectador que eu sou, todos (e são tantos !...) os anacronismos com que uma produção pouco escrupulosa prendou as plateias : jeans (criados por Levi Strauss uma década mais tarde e confinados, durante muito tempo, à Califórnia dos prospectores de ouro), chapéus ‘stetson’ (fabricado pelo chapeleiro do mesmo nome a partir de 1865), cinturões-cartucheira com coldres onde se anicham revólveres do tempo da guerra civil (1861-1865), diligências ‘Concord’ de modelo posto a circular, na realidade, no último quartel do século XIX, etc, etc. Não há pachorra para admitir tais atentados à verdade imposta pelo calendário. É demasiado !
Como demais e desnecessário foi o aparecimento, na fita, das personagens de Mangas Coloradas e de Gerónimo –heróis das guerras índias de finais do século XIX- a conversar com gente como Houston e seus contemporâneos.
Enfim, ignorem-se (se possível) todos estes atentados à nossa inteligência e veja-e esta fita de Vincent Sherman como um ordinário filme de aventuras. Talvez assim o espectador (menos meticuloso, mais condescendente) consiga tirar algum proveito desta produção menor dos estúdios M. G. M..
(M.M.S.)
Cartaz espanhol do filme de Vincent Sherman
Em Austin, Burke (Clark Gable) encontra a população dividida...
Outro cartaz promocional da fita «Estrela do Destino»
Ava Gardner e Clark Gable, as vedetas desta película, encontravam-se, então, no auge das respectivas carreiras
Cartaz belga
Da esquerda para a direita : Clark Gable (Burke), Moroni Olsen (Sam Houston) e Broderick Crawford (Craden), as figuras fulcrais desta história
Cartaz alemão
Afrontamento final. Fiel aos 'hapies end' hollywoodianos do tempo, a fita termina com a vitória dos bons e, desta vez, com o perdão e com a reintegração (na comunidade texana) do mau
Cartaz italiano. A estrela solitária do título italiano -que reproduz o nome original do filme- é uma alusão à estrela (única) da bandeira do Texas
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