segunda-feira, 27 de setembro de 2010

OS FILMES DA MINHA VIDA (47)


«WOMAN THEY ALMOST LYNCHED»

FICHA TÉCNICA
Título original : «Woman They Alost Lynched»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : Allan Dwan
Ano de estreia : 1953
Guião : Steve Fisher
Fotografia (p & b) : Reggie Lanning
Música : Stanley Wilson
Montagem : Fred Allen
Produção : Herbert J. Yates
Distribuição : Republic Pictures
Duração : 90 minutos

FICHA ARTÍSTICA
John Lund .................... Lance Horton
Brian Donlevy ................ William Quantrill
Audrey Totter ................ Kate Quantrill
Joan Leslie .................. Sally Maris
Ben Cooper ................... Jesse James
Nina Varela .................. Delilah Courtney
James Brown .................. Frank James
Ellen Corby .................. uma mulher
Minerva Urecal ............... senhora Stewart
Jim Davis .................... Cole Younger
Ann Savage ................... Glenda
Nacho Galindo ................ John Pablo

SINOPSE
Está-se na primavera de 1865, último ano da guerra civil. Sally Maris chega de diligência a Border City, localidade de uma zona neutra, enclavada entre os estados do Arcansas (nortista) e o do Missouri (sulista).
Sally viera juntar-se ao irmão, um indivíduo de moralidade pouco recomendável, que gere o saloon «Lead Dollar», o maior e mais movimentado estabelecimento comercial da terra. Mas, no decorrer de uma rixa que envolvera alguns membros do bando de Quantrill, o irmão de Sally é abatido a tiro por Lance Horton, que agira em estado de legítima defesa.
Embora Sally não o queira ouvir e lhe tenha manifestado a sua antipatia, Horton oferece-lhe a sua protecção; até porque Kate Quantrill (actual mulher do guerrilheiro, mas que fora, outrora, a companheira do defunto irmão de Sally) lhe dirigira várias e indissimuladas ameaças.
Sally retoma a gerência do negócio do irmão, pagando as pesadas dívidas de jogo que este contraíra. E acaba, também, por sucumbir ao charme de Horton, que é, na realidade, um oficial do Sul em missão de espionagem em Border City.
Um diferendo com Quantrill, a quem Horton recusa vender chumbo para o fabrico de munições, acaba por estalar e por desmascarar o agente secreto da Confederação. Para o salvar, Sally forja documentos falsos, que acabam por conduzi-la à forca. Mas a execução aborta, graças à providencial intervenção de Kate Quantrill, que apesar do rancor que nutre por Sally, lhe reconhece uma grande coragem física e uma infinda generosidade.
O tempo passa e Lance Horton, que se ausentara da cidade, aparece ali fardado de capitão do exército confederado para anunciar o fim da gurra. Notícia que é jubilosamente festejada, tanto pelos partidários dos rebeldes sulistas, como pelos simpatizantes dos vencedores ianques.
Nesse contexto, Sally e Lance podem, desde logo, dar largas ao amor que sentem um pelo outro. Sentimento que a separação forçada e os perigos da guerra haviam sublimado.

O MEU COMENTÁRIO
Esta modesta fita de Dwan foi inspirada numa novela de Michael Fessier publicada, pela primeira vez, nas páginas do «Saturday Evening Post». História banal que, uma vez mais, oferecia protagonismo a algumas das mais conhecidas figuras do banditismo norte-americano do século XIX : os irmãos James e os Younger, por exemplo. O vedetismo desta película era, no entanto, proporcionado aqui a duas mulheres, sendo uma delas a arrependida esposa (inventada para a circuntância) do célebre guerrilheiro Quantrill, o ignóbil chacinador da cidade de Lawrence.
Esta fita, sem grandes atractivos cinematográficos, é, apenas, mais um banalíssimo trabalho do incansável Allan Dwan, cineasta que embora nos tenha oferecido algumas obras meritórias, realizou, sobretudo, séries B como «Woman They Almost Lynched» em quantidades verdadeiramente industriais. A ausência de título nacional revela que este filme nunca chegou a ser estreado nas salas portuguesas.
O casting do filme não contém vedetas. Facto que, por essa época, permitia poupar muito dinheiro à companhia produtora -a Republic Pictures- que visava um público popular, notoriamente conhecido pela modéstia das suas exigências. E ao qual bastava, na verdade e para ficar plenamente satisfeito, meia dúzia de cenas de pancadaria ou de atroadoras trocas de tiros de revólver.
Note-se, todavia, a presença no elenco deste pequeno western, de Brian Donlevy e de Jim Davis. E diga-se que o primeiro chegou a ser um actor bem cotado em Hollywood, antes de ser vítima do seu gosto exagerado pelo álcool, que rapidamente deitou por terra a esperança de o ver construir uma carreira compatível com o seu real talento. Donlevy viria a falecer em 1972, em consequência de um cancro na garganta.
Quanto a Jim Davis, refira-se que a sua participação na famosa série de televisão «Dallas», onde ele encarnou a personagem de Jock Ewing, que lhe ofereceu o estatuto de star mundial (além de muito dinheiro), depois de ter feito uma carreia modestíssima no grande écran.

(M. M. S.)


Outro cartaz promocional de origem norte-americana


A bonita Joan Leslie foi a 'vedeta' do filme, apesar do seu nome só aparecer em quarto lugar no genérico


Cartaz editado na Bélgica, país (bilingue) onde o filme recebeu os títulos seguintes : «La Femme qui Faillit Être Lynchée» e «De Vrouw Die Aan De Galg Ontsnapte»


Joan Leslie (a quem foi oferecido o papel de Sally Maris no filme em apreço) era senhora de uma certa popularide em Hollywood, onde chegou a contracenar com alguns dos melhores e mais conhecidos actores do seu tempo, como Gary Cooper, Humphrey Bogart, Fred Astaire, James Cagney e outros. Daí a conceituada revista «Life» lhe ter consagrado uma capa


Sally (Joan Leslie) toma conhecimento da morte de seu irmão...


Cartaz turco. Este filme nunca foi exibido nas salas de cinema portuguesas. No Brasil o filme intitula-se «A Renegada»


Confronto armado entre Sally (Joan Leslie) e Kate Quantrill (Audrey Totter)



Outro cartaz oriundo de um país anglo-saxónico

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