terça-feira, 7 de setembro de 2010

JÁ LÁ VÃO MAIS DE 100 000 HECTARES...


Neste verão (que ainda não acabou) já arderam em Portugal mais de 100 000 hectares de floresta. Um desastre ecológico escandaloso e sem fim à vista. Como em anos passados, os peritos habituais -que, ao longo dos anos, nada resolveram- vieram solenemente dizer ao país que não é por falta de meios (nomeadamente aéreos) que as nossas florestas são ciclicamente devoradas pelo monstro. Pelo nosso principal inimigo, contra o qual não há submarinos, 'pandurs' ou F-16 que nos valham. Para adquirir esses engenhos bélicos, capazes de travar o avanço de um mais que hipotético invasor, gastaram-se rios de dinheiro e comprometeu-se a economia da nação por décadas. Mas para travar o adversário real e imediato, pouco ou nada se gasta. Nessas tristes circunstâncias, vimos, este ano e mais uma vez, os bombeiros e os particulares a tentarem rechaçar o avanço das chamas com veículos terrestres ineficazes e até com a ajuda de mangueiras de jardim e de ramos de árvores. Entretanto, os países vizinhos continuam a armar-se contra o os incêndios florestais, flagelo que, todos os anos e sem declaração de guerra, nos bate à porta. A França, por exemplo, além de dispor de outros meios de defesa da sua floresta, equipou-se com uma numerosa frota de bombardeiros de água do tipo Canadair. E, entre 1995 e 2004, substituíu todos os seus velhos CL-215 por 12 novos aviões mais modernos e mais eficazes do tipo CL-415. Todos os outros países da margem europeia do Mediterrâneo -da Espanha até à Grécia- investiram nesse material; que não previne as catástrofes é certo, mas que utilizado maciçamente e em tempo útil, pode matar muitos incêndios à nascença e evitar prejuízos de milhões, além de muitos dramas pessoais... Será que com a compra desse material não há (contrariamente à dos submarinos) a hipótese de meter alguma massa nos bolsos dos corruptos do costume, como dizem muitos populares ?


Apelar ao civismo da população é importante, mas não chega


Por não se saber, neste país, definir prioridades, temos submarinos capazes de rebentar com um porta-aviões e fragatas lança-mísseis e caça-bombardeiros F-16 que podem devastar cidades; mas faltam-nos meios para combater o inimigo que, todos os anos pelo verão, nos bate à porta...
(na foto, alinhamento de aviões Canadair CL-415 da 'Protection Civile', algures em França)

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