quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
O MISTÉRIO DAS LARANJAS DE COLOMBO
Ontem revi (graças à utilização de um vídeo que possuo) a película de Ridley Scott «1492 : CRISTÓVÃO COLOMBO»; que, na sua versão original, se intitula «1492 : Conquest of Paradise». E reparei num detalhe que, nos primeiros visionamentos, me haviam escapado totalmente. Estou a referir-me à abundância de laranjas (e de laranjeiras) que se vêem ao longo da fita e que começam com as primeiras imagens propostas aos cinéfilos. Agora que nelas reparei, vem-me à memória que os ditos frutos eram, ao tempo, desconhecidos na Europa. É verdade ! As laranjas doces e comestíveis só chegaram ao nosso continente no século XVI, depois das deambulações dos navegadores portugueses(*) pelos mares do Oriente. Foram trazidas da China, transplantadas em Portugal e, daqui, posteriormente difundidas para outros países e continentes. Nem mais ! No chamado Velho Mundo existiam, isso sim, frutos da mesma família, azedos, intragáveis, geralmente usados pela medicina na elaboração de remédios e mezinhas. Que, pelo que sei, foram trazidos da Terra Santa pelos Cruzados da Idade Média. Não podem, pois, ser esses frutos os observados no dito filme de Scott; que, nesse aspecto, foi mal informado e falhou redondamente. Outras coisas vistas, nessa epopeia dedicada à misteriosa e polémica figura de Colombo me surpreenderam... Mas isso é já outra história.
(*) Não é por acaso que em certos países da bacia mediterrânica (nomeadamente nos do Magrebe, na Grécia, na Macedónia) ou perto dela (como na Roménia) e do Próximo-Oriente (países de expressão árabe e no Irão) se dão às laranjas o nome de 'portugal' ou algo muito parecido. Alusão feita ao país de onde lhes chegou, pela primeira vez, esse delicioso e sumarento fruto.
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