quinta-feira, 4 de abril de 2013

PODEROSO 'HELLDIVER'


Este possante aparelho, que aqui sobrevoa a baixa lisbonina, é um bombardeiro Curtis SB2C-5 da Aviação Militar portuguesa. Foi adquirido (com 23 outros) no ano de 1950 para integrar uma unidade operacional de luta anti-submarina, estacionada na base de São Jacinto (Aveiro). Em 1952 -com a criação da F.A.P. (Força Aérea Portuguesa), que absorveu as aviações naval e do exército, estes aparelhos foram transferidos para a base do Montijo, onde permaneceram até 1956. Que foi o ano da sua reforma em Portugal. O SB2C-5 foi o último 'Helldiver' construído pelas fábricas Curtis e serviu aviações militares de vários países. Era um aparelho monomotor, de asa mediana e bilugar. Como fora estudado para servir na aeronaval norte-americana, ou melhor nos porta-aviões, o 'Helldiver' tinha asas articuladas e estava equipado com um característico gancho de engate. Eis as suas principais características : 6 500 kg de peso máximo à descolagem; 11,20 m de comprimento; 14,80 m de envergadura; 39,20 m2 de superfície alar. Motor radial Wright Cyclone, de 1 900 cv de potência; velocidade máxima de 450 km/h; 8 900 m de tecto máximo; 1 700 km de raio de acção. O seu armamento opcional : 1 000 kg de bombas (500 kg no ventre e 500 kg sob as asas), 2 ou 4 canhões de 20 mm, 2 metralhadoras ou 4 foguetes. Os 'Helldivers' da aviação portuguesa estavam pintados de azul muito escuro e ostentavam as cores verde-rubra, da nossa bandeira, nos lemes de direcção. Curiosidade : durante a chamada Guerra do Pacífico, os 'Helldivers' da aeronaval americana foram os aviões que mais navios destruiram aos japoneses. A fotografia (cujo autor desconheço e por essa razão não cito) que ilustra este texto mostra alguns detalhes interessantes. Repare-se na Praça do Comércio repleta de automóveis e nos navios atracados. Um deles (o segundo a contar da esquerda) é o «Évora», da travessia Lisboa-Barreiro, que foi o primeiro das carreiras transtejo a utilizar motorização diesel. Construído na Alemanha, pertenceu, durante muitas décadas à C.P. e ainda hoje navega. Agora como navio de excursões no estuário do rio Sado. (Clicar na imagem para a ampliar).

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