quarta-feira, 14 de abril de 2010

«UN SIÈCLE DE DÉSHONNEUR»


Para aqueles que se interessam pela História dos povos ameríndios dos E.U.A. e pelo seu genocídio, que começou com a chegada ao Novo Mundo dos primeiros colonos europeus, recomendo vivamente a leitura desta obra essencial (que, confesso, não saber se já está traduzida na nossa língua), da autoria de Helen H. Jackson. O livro foi escrito em 1880, quando ainda não haviam terminado, totalmente, as operações de 'limpeza étnica' dos pele-vermelhas (passe o termo consagrado) da chamada Grande Pradaria e a sua 'arrumação' nesses autênticos campos de concentração, que são (ou já foram) as reservas. Refiro, a título indicativo, que Helen H. Jackson foi a esposa de um general do exército norte-americano e que ela teve acesso a uma documentação abundante e fiável para nos deixar este seu testemunho sobre um dos dramas mais pungentes, mais intoleráveis e mais escondidos da História da Humanidade. O livro termina com estas palavras «...O melhor exemplo da atitude dos invasores europeus manifesta-se neste epitáfio, inscrito na tumba de um puritano do século XVII, que reza assim :

À memória de Lynn S. Love
que, durante a sua vida, matou 98 índios
que lhe foram entregues pelo Senhor.
Ele esperava elevar esse número para 100 antes do fim do ano,
quando, em sua casa, adormeceu nos braços de Jesus».

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