segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A PRIMEIRA GRANDE VITÓRIA DA GUERRA DA RESTAURAÇÃO

Em finais de 1658, quando D. João IV já reinava em Portugal havia 18 anos, um numeroso exército espanhol às ordens de Don Luis de Haro decidiu passar a fronteira do Caia e vir cercar a praça de Elvas; que isolou do mundo durante 3 longos meses. Eram 14 000 infantes e 5 000 cavaleiros apoiados por uma vintena de canhões. Entretanto, el-rei de Portugal e os seus generais esforçaram-se por reunir forças, que se concentraram (vindas de todo o país, mas sobretudo da região do Alentejo) em Estremoz. Esse exército -superiormente comandado por D. António Luís de Menezes, conde de Cantanhede e que comportava 8 000 infantes, 2 900 cavaleiros e 7 canhões- saiu dali a marchas forçadas, para se encontrar diante do inimigo no dia 14 de Janeiro de 1659. Investindo impetuosamente sobre as linhas de cerco, que acabaram por romper, os nossos conseguiram, depois de renhidos combates, empurrar os assediantes até à fronteira. Mas alguns milhares de adversários ficaram, mortos, no campo de batalha, estimando-se que só 5 000 deles conseguiram atingir Badajoz e as suas defesas, tendo os outros sido postos em debandada. Presume-se que D. Luís de Haro, o general vencido, tenha sofrido uns 2 000 mortos e um número incontável de feridos. No exército português, os mortos não ultrapassaram, segundo as crónicas do tempo, os 200 soldados. A Batalha das Linhas de Elvas foi a primeira grande vitória portuguesa da Guerra da Restauração e uma das mais decisivas da nossa Historia. Porque foi um forte sinal de rejeição  da dinastia filipina e a visível demonstração de que os Portugueses desejavam, definitivamente, consolidar a independência do seu país. Mas a guerra da Restauração haveria de prolongar-se por mais alguns anos, com outros triunfos para os exércitos de Portugal : Ameixial, Castelo Rodrigo, Montes Claros. Até que, passados 28 anos de combates e de escaramuças, a paz foi assinada em 1668. Quando em Portugal já se vivia a regência do infante D. Pedro, futuro rei D. Pedro II.

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