terça-feira, 18 de junho de 2013

DIVAGAÇÕES SOBRE A CRISE

Para muitos estadunidenses dos anos 60 do passado século, o tão apregoado 'sonho americano' passava (entre outras coisas) pela aquisição e fruição de um carro como este soberbo Pontiac 'Parisienne'; que era proposto à potencial clientela nas suas versões coupé e descapotável, como refere a publicidade anexada. Ou de veículos similares de marcas concorrentes. Quantos mais centímetros de comprimento tivesse o automóvel (praticamente vendido a metro), mais importante era o estatuto social que se reconhecia ao seu proprietário e respectiva família. Vivia-se uma época de grande prosperidade e o galão de gasolina era vendido, nos 'states', por meia dúzia de patacos.  O que era, apesar da abundância de dinheiro, importantíssimo, quando se sabe que cada uma destas bestas consumia uns 20 litros de carburante por 100 km percorridos. Foi o tempo das vacas gordas, durante o qual, nunca o povo mais rico da terra, imaginou as dificuldades que atormentam, hoje, os seus descendentes; sucessivamente vítimas das crises imobiliária e da banca, do desemprego e de muitas outras malfeitorias perpetradas pelos gananciosos aprendizes de feiticeiro de Walt Street. E nós aqui, no Velho Mundo, não nos regozijamos com as suas desgraças. Por duas boas razões : a primeira é porque (neste mundo globalizado) quando os Estados Unidos tossem, toda a Europa se constipa; e a outra subsequente razão, é porque, também nós, estamos a viver tempos muito difíceis e sem fim à vista. Por cá e agora, carros como estes (ou equivalentes) só existem na numerosa frota estatal, posta à disposição dos nossos governantes; que, da crise, só conhecem o eco das palavras ocas que vão desaforadamente proferindo e com as quais, diariamente, vão entretendo o pagode. Até quando ?

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