sexta-feira, 20 de outubro de 2017

CINE-NOSTALGIA (81)

«SEMENTES DE VIOLÊNCIA» («Blackboard Jungle») foi realizado por Richard Brooks e estreou em 1955. Foi um retumbante sucesso de bilheteira, nomeadamente no nosso país, onde foi classificado para maiores de 18 anos. De modo que eu só pude ver este filme, pela primeira vez, num canal da TV francesa, em meados da década de 60. É verdade que, naquele tempo, esta fita, estava marcada por uma grande violência e que, apesar do seu desfecho moral, isso podia constituir um mau exemplo para os espectadores mais jovens. Enfim, foi o que ao tempo se pensou, se disse e se escreveu. Hoje, numa época em que o cinema -mesmo o que é feito para crianças- está eivado de cenas brutais, essa sua característica já não surpreenderia ninguém. Eu até revi o filme há relativamente pouco tempo e acho que os ditos episódios de violência envelheceram bastante e que só reflectem uma realidade temporalmente distante e, francamente, quase anódina. A sua realização, em meados do século passado foi, no entanto, reconheço-o, um acto de coragem e um ponto negativo (o da delinquência juvenil) na imagem de uma sociedade ianque idealizada. Outra nota importante a favor desta película, traduz-se no facto de «SEMENTES DE VIOLÊNCIA» ter sido pioneira na introdução da música rock no cinema e de ter imortalizado a trepidante canção «Rock Around the Clock», do inesquecível Bill Haley. Sinopse : Richard Dadier, recentemente desmobilizado das forças armadas, casado de fresco, encontra um emprego de professor de inglês na escola técnica de um bairro problemático da cidade. E rapidamente se apercebe da desordem e da violência que por lá reinam, causadas por um grupo de alunos insolentes em que ninguém tem mão. Diante do dilema confronto ou demissão, o jovem educador escolhe a via mais espinhosa; aquela que lhe vai valer agressões, difamações, chantagem e mesmo a incompreensão dos seus próprios colegas. Até o momento em que a sua persistência, coragem e lealdade ganham a admiração do resto da turma, que com ele acaba por colaborar na neutralização dos indesejáveis adolescentes. Como já disse, acho que esta fita de Brooks -que ostenta a chancela da M.G.M., foi filmada a preto e branco e tem 101 minutos de duração- envelheceu. Mas que merece ser vista ou revisitada, lá isso merece. Com Glenn Ford, Anne Francis, Louis Calhern, Margaret Hayes, Vic Morrow e com um Sidney Poitier muito jovem e em início de carreira.

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