sábado, 4 de outubro de 2014

O CIRCO DE EMERITA AUGUSTA

Situadas num local relativamente afastado do casario da cidade imperial (extra muros), as ruínas do Circo de Mérida são impressionantes pela sua dimensão, mas também pelo estado de conservação em que ainda se encontram nesta segunda década do século XXI. Este vasto recinto, onde se realizavam -há cerca de 2 000 anos- corridas de carros e jogos similares, leva-nos, infalivelmente, a pensar no filme «Ben-Hur» (com argumento extraído da obra-prima de Lewis Wallace) e no desafio lançado pelo príncipe judaico do mesmo nome àquele que fora o seu melhor amigo; e que, por razões de natureza política, se torna no seu algoz : Messala. Mas voltemos à realidade, para dizer que este recinto (declarado Património Mundial pela UNESCO, em 1993) foi fundado na época de Tibério. Era uma arena tradicional, dividida em duas pistas (pela 'spina'), por onde corriam as bigas e quadrigas; ou os cavalos nas provas sem carros, que também tinham muitos adeptos. As suas impressionantes dimensões -que se podem comprovar 'in situ'- eram (são) de 440 metros de longitude por 150 metros de largura. E as suas bancadas podiam acolher até 30 000 espectadores, que ocupavam espaços distintos e determinados pela posição social de cada um deles. Segundo descobertas recentes, este espaço desportivo (como hoje lhe chamaríamos) terá sido preparado para poder ser (parcialmente) inundado, de modo a que nele se realizassem, igualmente, jutas náuticas. Visitei este monumento há uma semana e confesso-me impressionado pela sua grandeza, mas também pelo esforço feito pelo estado espanhol e pelas autoridades locais, no sentido de o proteger e de promover a sua visita. Que prestigiam Mérida, uma cidade de visita obrigatória.

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