domingo, 1 de setembro de 2013

MAPA DE PORTUGAL CONTINENTAL

Quando eu era menino, não se ia à escola para brincar. E muito menos para chatear o professor. Primeiramente, porque ele era uma pessoa respeitável e respeitada, depois porque as 'regras do jogo' eram outras, muito diferentes daquelas que hoje vigoram. Ia-se à escola para aprender. Nem que, por vezes, isso se fizesse à custa de umas reguadas e de uns tabefes. Era essa a regra ! Regra que ninguém contestava, nem os próprios pais dos fedelhos. Que, nesse tempo (início dos anos 50 do século passado) ainda achavam que a educação dos filhos começava em casa e com a sua participação. Nos nossos dias, os pais (pelo menos, muitos deles) acham normal que os seus garotinhos entrem nas salas de aulas de telemóveis e os usem nesse espaço de ensino, desrespeitando mestres e colegas. Toda a gente se lembra de ocorrências dessa natureza (porque noticiados pelos órgãos de informação em casos que se radicalizaram), que deixaram boquiabertas as pessoas que ainda têm uma réstia de bom-senso.  Enfim, voltemos ao mapa de Portugal continental que aqui apresento. Foi num destes que eu e os cachopos do meu tempo aprendemos noções de geografia que ficaram para o resto da vida. Coisas que, hoje, podem parecer fúteis, perfeitamente desnecessárias. Mas que eu acho terem utilidade. Graças a esse sistema educativo, os miúdos adquiriam, desde os tempos da escola primária, noções que perduram. Pelo menos no que à minha pessoa diz respeito. Eram os rios e seus afluentes, as serras e seus pontos culminantes, a situação das antigas províncias, com os seus distritos e concelhos, era a produção económica de cada região (sobretudo agrícola, porque, nessa época, o nosso país era essencialmente rural e industrialmente atrasado), eram os cabos e promontórios e mil e outros detalhes que caracterizavam a geografia da nossa terra. Era até o traçado das linhas férreas, que convinha decorar com ramais e tudo. Pode agora perguntar-se para que é que tudo isso serviu ? Eu respondo : para não fazer a figura daquela senhora -detentora de um canudo universitário- que, aqui há tempos, instada a responder -num concurso televisivo- à pergunta «que rio banha a cidade de Leiria ?» afastou em primeira opção o rio Liz (do qual nunca ouvira falar) e que, entre mais duas ou três possibilidades de resposta, acabou por escolher... o Tejo !

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