terça-feira, 22 de setembro de 2009

«ROUBO NO HIPÓDROMO»

FICHA TÉCNICA
Título original : «The Killing»
Origem : E. U. A.
Género : Policial
Realização : Stanley Kubrick
Ano de estreia : 1956
Guião : Stanley Kubrick
Fotografia (p/b) : Lucien Ballard
Música : Gerald Fried
Montagem : Betty Steinberg
Produção : James B. Harris
Distribuição : United Artists
Duração 85 minutos

FICHA ARTÍSTICA
Sterling Hayden.......Johnny Clay
Coleen Gray…………….Fay
Vince Edwards……….Val Cannon
Jay C. Flippewn……...Marvin Unger
Marie Windsor……….Sherry Peatty
Ted DeCorsia…………..Randy Kennan
Elisha Cook Jr…..…….George Peatty
Joe Sawyer……………..Mike O’Reilly
Timothy Carey…….….Nikki Arcane
Jay Adler……………..….Leo

SINOPSE
Johnny Clay é um marginal notório. Restituído à liberdade, depois de ter cumprido uma pesada pena de cadeia por assalto à mão armada, o gangster está decidido a abandonar definitivamente o submundo do crime. Mas não sem que, antes, realize um último e rendoso golpe. É assim, que Clay congemina o plano de atacar as bilheteiras de um importante hipódromo para se apoderar do dinheiro das apostas. Uma soma que ele próprio estimou em 2 milhões de dólares.
Para dar consistência ao seu ousado projecto, Johnny Clay recruta meia dúzia de colaboradores. Entre eles figura um atirador de elite, que deverá abater um cavalo durante as corridas, de modo a desviar a atenção do público, da polícia e dos funcionários do hipódromo, enquanto ele e alguns outros dos seus cúmplices se apoderam da fabulosa receita do dia.
Mas um dos seus apaniguados, o indiscreto George Peatty –um dos caixas do hipódromo, aliciado para dar apoio ao assalto- conta alguns pormenores do planeado golpe a Sherry, sua mulher; que, por sua vez, se apressa a tudo revelar a um certo Val Cannon, seu amante.
Depois de consumado o roubo e de combinado o local da partilha, a quadrilha de Clay é interceptada por Val e pelos seus amigos. Na sequência do violento tiroteio que se segue, apenas Johnny e Fay (sua companheira) escapam com vida.
Iludindo as patrulhas de polícia, que rapidamente montaram um aparatoso dispositivo de caça ao homem, os sobreviventes da sangrenta aventura conseguem atingir o aeroporto da cidade. Mas, nos minutos que precedem o embarque e quando os fugitivos já se encontram a salvo, a mala que contém os fundos roubados abre-se acidentalmente e Johnny e Jay assistem, impotentes, ao esvoaçar dos tão almejados milhões...

O MEU COMENTÁRIO
Foi baseado em «Clean Break», um sofrível romance policial da autoria de Lionel White, que o ainda anónimo Stanley Kubrick realizou este filme. Filme que é hoje considerado um dos mais notáveis ‘thrillers’ produzidos por Hollywood na segunda metade dos anos 50.
Esta obra, que foi uma das primeiras longas metragens dirigidas pelo futuro realizador de «Spartacus», de «Laranja Mecânica», de «2001, Odisseia do Espaço» e de tantos outros êxitos de bilheteira, custou a módica soma de 320 000 dólares.
Devido à escassez dos fundos investidos, a rodagem de «Roubo no Hipódromo» não pôde prolongar-se para além de três semanas, facto que constutuíu um desafio ao engenho do jovem Kubrick, que contava então 28 anos de idade. Foi também devido à falta de dinheiro que não se contrataram vedetas. Ainda assim, a ficha artística desta fita apresenta alguns actores de muito bom nível profissional, tais como Sterling Hayden e Coleen Gray (a quem foram distribuídos os papéis principais), mas também como Marie Windsor, Jay C. Flippen, etc.
O sucesso comercial alcançado por «Roubo no Hipódromo» foi tão importante como inesperado. A real habilidade do seu realizador provocou o deleite dos comanditários do filme (que multiplicaram facilmente os dólares investidos na sua produção), mereceu rasgados aplausos do público e valeu a Kubrick o elogio unânime da crítica. Escusado será dizer que, após o retumbante triunfo desta sua obra, o nome de Stanley Kubrick se tornou instantaneamente conhecido e respeitado nos meios da indústria cinematográfica norte-americana e entre os cinéfilos do mundo inteiro. Tal êxito constituiu, naturalmente, uma porta aberta para voos mais altos, oportunidade que o quase principiante cineasta não desperdiçou, como é sabido.
Certos comentadores viram (ou julgaram ver) neste primeiro sucesso de Stanley Kubrick influências dos cinemas de Aldrich e de Huston. A verdade, porém, é que esta obra já ostentava, em 1956, ano da sua estreia, a marca da originalidade que haveria de caracterizar o trabalho de um cineasta excepcional e sem paralelo na História da chamada Sétima Arte.

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