terça-feira, 6 de março de 2018

«KATYUCHA»



«KATYUCHA»

Cresciam as maçãs e as pêras,
Pairava a névoa sobre o rio
E surgia na margem Katyucha.
Na alta encosta da margem
Ela surgia, cantando uma canção,
Sobre a cinzenta águia das estepes,
Sobre aquele que ela amava.
Sobre aquele cujas cartas ela guardava
Ó, tu, canção de garota
Voa atrás do brilhante sol
E ao lutador na distante fronteira
Katyucha manda cumprimentos.
Que ele se lembre da humilde moça,
Que ele ouça como ela canta,
Que ele possa a terra conservar,

(tradução -pouco convincente- proposta por um 'site' da Internet).

Katyucha é, na língua russa, o diminutivo do nome feminino Iekaterina. Que corresponde, obviamente, ao nosso Catarina. Foi, também, o nome dado a uma das mais populares canções desse país do leste europeu. Os seus autores foram Mikhail Issakovski (letra) e Matvei Blanter (música) e os seus primeiros intérpretes foram Vera Krassovitskaia, Gueorgui Vinogradov e Vsevolod Tiutiunik; que cantaram «Katyucha», em público e pela primeira vez, no dia 28 de Novembro de 1938, acompanhados pela orquestra de Viktor Knuchevitski. A partir daí, a canção passou a ser escutada em todo o país (graças à rádio) e o seu sucesso foi tal, que inúmeros artistas da URSS passaram a integrá-la nos seus reportórios. Esta canção celebra a chegada da Primavera («Cresciam as maçãs e as pêras...» e o amor entre a jovem Katyucha e um soldado, que combate nas fronteiras do país, e por quem a moça suspira. É uma canção simples, com uma música nostálgica, que toda a gente cantou naquela terra distante. E que ganhou ainda maior projecção, quando, em 1941, os nazis invadiram a Rússia Soviética e «Katyucha» passou a ser cantada pelos combatentes do Exército Vermelho em todas as frentes. Nessa época sombria para a Europa, essa canção foi tão importante para fortalecer o moral das tropas, que se deu o seu nome a uma arma de artilharia; a que os ocidentais chamaram 'órgãos de Estaline'. A dita canção também obteve grande êxito no Ocidente, especialmente em Itália. País onde a versão local se intitulou «Fischia il Vento» ('Sopra o Vento') e que foi cantada pelos resistentes anti-fascistas italianos, como se fora um hino. Ainda hoje «Katyucha» mantém a sua popularidade. Basta ir ao 'youtube' para nos darmos conta dessa realidade.

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