quinta-feira, 14 de julho de 2016

NOVO AVIÃO

O Embraer KC-390 foi concebido e fabricado para substituir, no curto termo, os velhos Lockheed C-130 'Hercules' da Força Aérea Brasileira e, eventualmente, aparelhos de mesmo tipo (e em fim de vida operacional) que operem em aviações militares estrangeiras. O mercado que se abre a esta aeronave polivalente, que fez o seu primeiro voo a 3 de Fevereiro de 2015, é, pois, enorme. Tanto mais que o CK-390 (um birreactor) oferece a modernidade tecnológica e as 'performances' que mesmo as versões mais recentes do 'Hercules' (que fez o seu voo inaugural em 1954) já não podem proporcionar aos seus utilizadores. Portugal foi um dos países que (com a Argentina e a República Checa) firmou uma parceria com a Embraer e que forneceu ao KC-390 alguma tecnologia, responsabilizando-se pela execução da secção central da fuselagem, 'sponson', portas do trem de aterragem principal e lemes de profundidade. A F.A.P. (Força Aérea Portuguesa) também lançou 6 opções de compra de KC-390, contribuindo, assim, com 10% das aquisições (firmes e/ou opcionais) já inscritas (em número de 60) no livro de encomendas da firma paulista. A realização deste novo avião polivalente (que poderá ser utilizado em muitas actividades civis) sofreu um atraso de 2 anos, por causa de restrições orçamentais impostas pelo governo do Brasil; mas a manutenção do programa KC-390 permitiu conservar e/ou criar centenas de empregos na indústria brasileira (mas não só) do ramo aeronáutico. Algumas características e considerações sobre a aeronave em questão :
a sua carga útil supera as 27 toneladas; voa à velocidade máxima de 870 km/h; tem um raio de acção superior a 4 800 km; é servida por uma tripulação de 3 homens; pode transportar 80 soldados equipados ou vários veículos; é o maior avião jamais produzido na América Latina; estima-se que o seu custo unitário ande à volta de 85 milhões de dólares.


Tenho seguido nas redes sociais uma polémica provocada por um artigo da revista «Visão», cuja autora atribui (imprudentemente) a paternidade deste avião... aos portugueses. Nem mais ! Eu não tenho a mínima dúvida sobre os tais 56% de contributo nacional para a realização desta aeronave. São falsos ! O CK-390 é um avião brasileiro, da Embraer (a 3ª mais importante construtora aeronáutica do mundo, logo atrás da EADS/Airbus e da Boeing), firma sediada em São José dos Campos, no estado de São Paulo. E tudo o resto é conversa balofa e sem interesse. Até porque Portugal não tem envergadura (nem tecnológica, nem financeira) para se lançar num projecto desta importância. Acordemos e tenhamos a noção exacta da nossa pequenez nessa matéria. E fiquemos agradecidos à Embraer por nos ter implicado neste SEU projecto.

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