terça-feira, 14 de julho de 2015

FORT HENRY E OS SEUS FANTASMAS COOPERIANOS

Em 1995, aquando de uma viagem turística à América do norte, passei por Kingston; uma cidade que chegou a ser capital do Canadá sob domínio inglês. E passei ao lado de Fort Henry, um edifício abaluartado de fins do século XVIII, erigido num lugar muito pitoresco, onde as águas do rio São Lourenço e as do lago Ontário se misturam. 'A posteriori' lamentei imenso o facto não ter havido tempo para dar uma vista de olhos mais demorada a essa fortaleza, onde Fenimore Cooper situou parte da acção da sua obra «O Último dos Moicanos». Livro do qual só me lembrei, depois da minha passagem meteórica por Kingston (onde almocei, curiosamente, num faustoso restaurante chinês), quando -integrado num grupo de excursionistas- ia a caminho da grande atracção regional e nacional que eram (e que ainda são) as espectaculares Cataratas do Niagara. Depois, ainda disse para os meus botões : hei de aqui voltar, para poder ver o que me interessa a mim e não ao operador turístico que me vendeu a viagem. Só que os anos passaram, eu envelheci (inexoravelmente e quase sem dar por isso) e as condições monetárias de que eu dispunha, nesse tempo, foram por água abaixo. Assim é feita a vida, de ocasiões perdidas, que, geralmente, nunca mais voltam a apresentar-se... Mas que tenho pena de não ter voltado a ver Fort Henry e de ali revisitar os fantasmas de Nathaniel Bumppo, alias Olho de Falcão, de Chingachgook, do coronel Munro e das suas encantadoras filhas Cora e Alice, lá isso é que tenho.


Fort Henry é o edifício que se vê em primeiro plano, na fotografia. Ao longe avista-se o casario de Kingston, que é, hoje, uma cidade importante do Canadá, com uns 120 000 habitantes.

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