sexta-feira, 22 de agosto de 2014

PRODÍGIOS DA CIÊNCIA

Fascina-me o facto das novas técnicas científicas estarem a revolucionar a ideia que, até há bem pouco tempo, todos nós tínhamos da História e dos seus actores. Sobretudo a nível dos detalhes. Vem isto a propósito dessas técnicas terem permitido identificar -sem margens para dúvidas- os restos mortais do rei de Inglaterra Ricardo III (que viveu entre 1452 e 1485), encontrados, recentemente (em 2012), na sepultura da extinta capela de Grey Friars, em Leicester. E que, hoje, após estudos rigorosos do esqueleto do referido soberano, se possam saber coisas tão extraordinárias como, por exemplo, aquilo que constituía a sua própria dieta. Com efeito, após análises aprofundadas feitas por competentes investigadores da Universidade de Leicester e da British Geological Survey (depois publicadas na imprensa internacional), sabe-se agora que aquele que, segundo Shakespeare, oferecera o seu reino por um cavalo, se deleitava com lautos pratos de caça e abusava da vinhaça. É evidente que estas notícias abrem perspectivas extraordinárias e constituem uma porta aberta para a elucidação de certos mistérios históricos. Que perduram... Eu, no que me respeita, gostaria muito de saber (entre outras coisas mais) que tipo de peçonha foi administrada a el-rei D. João II. Veneno que está na origem da doença que o vitimou, perante a indiferença da sua própria esposa e do seu cunhado, primo e herdeiro.

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