sexta-feira, 24 de junho de 2011

ESFORÇO DE GUERRA


Quando, em 1941, os Japoneses atacaram a base aeronaval de Pearl Harbour (Havaí) e obrigaram os Estados Unidos a abandonar a sua política de neutralidade para declarar guerra ao Eixo, nem o Japão, nem a Alemanha imaginavam que, mais do que lutar contra as forças armadas ianques, teriam de lutar contra uma poderosíssima e eficiente máquina industrial, capaz de produzir, diariamente, milhares e milhares de armas. Armas simples ou de alta tecnologia, que iriam invadir os campos de batalha e suplantar (em quantidade e em qualidade) as utilizadas pelos seus adversários. Essa realidade manifesta-se no cartaz aqui apresentado, que dá conta da produção de aeronaves norte-americanas no ano de 1942, durante o qual foram fabricados 60 000 aviões de guerra, e no ano de 1943, em que a produção desse mesmo material bélico subiu para 125 000 unidades. Impressionante !

quinta-feira, 23 de junho de 2011

«O DISCURSO DO REI»


Acaba de ser lançada, em Portugal, a cópia DVD de «O Discurso do Rei» («The King's Speech»). Comprarei quando a ocasião se apresentar, já que, confesso, sinto uma enorme curiosidade em ver este último grande sucesso do cinema britânico. E lamento que, com a recente indisponibilidade de uma sala de cinema situada 'só' a 18 km do meu domicílio, o prazer de disfrutar de uma boa película no sítio e no tempo próprios ainda fique mais problemático... Agora se eu quiser assistir a um espectáculo desse género, terei de contar com uns bons 70 km de viagem de ida e volta. Triste país que é o nosso !

«GALÉRIENS DES BRUMES»


Esta obra foi uma das mais impressionantes que eu li sobre os pescadores de bacalhau. Foi escrita por René Convenant, um homem que -a bordo dos navios franceses de pesca longínqua- subiu todos os degraus da hierarquia : de moço de bordo a capitão. E que, por consequência, sabe do que fala. O drama dos trabalhadores do mar gauleses foi, afinal, muito semelhante aos dos nossos pescadores de Aveiro, da Figueira da Foz, de Viana do Castelo ou de outros portos lusos, que forneceram mão-de-obra (predisposta e barata) para a grande faina nos gélidos mares da Terra Nova e da Groenlândia. Curiosamente, os franceses (na sua generalidade) quase não comem bacalhau e a saga do 'fiel amigo' não ganhou dimensão no interior das fronteiras do 'hexágono'...

'CHICHA' DELICIOSA


A melhor carne de porco do mundo é, eu cá não tenho dúvidas, a do 'ibérico', que se cria nos montados do Alentejo. Não acreditam ? -Então provem umas plumas, uns secretos, umas febras ou umas entremeadas extraídas do bácoro em questão e eu juro que esse cepticismo logo se dissipa. E não esqueçam que essa 'chicha' sem igual deve ser acompanhada com um bom vinho produzido na mais vasta região do nosso país. Se me permitem, eu aconselho-vos uma das melhores pingas produzidas nas faldas da serra de São Mamede : o Casa da Urra, que, por sinal, é o meu vinho preferido da região portalegrense. Passe a publicidade, que não é enganosa

OS FILMES DA MINHA VIDA (53)


«SOZINHO CONTRA A CIDADE»

FICHA TÉCNICA
Título original : «Man Whit the Gun»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : Richard Wilson
Ano de estreia : 1955
Guião : N. B. Stone e Richard Wilson
Fotografia (p/b) : Lee Garmes
Música : Alex North
Montagem : Gene Milford
Produção : Samuel Goldwyn Jr.
Distribuição : United Artists
Duração : 83 minutos

FICHA ARTÍSTICA
Robert Mitchum ……………………………….. Clint Tollinger
Jan Sterling ………………………………………. Nelly Bain
Karen Sharpe ……………………………………. Stella Atkins
Henry Hull …………………………………………. xerife Sims
Emile Meyer ………………………………………. Saul Atkins
John Lupton ………………………………………. Jeff Castle
Barbara Lawrence …………………………… Ann Wakefield
Ted de Corsia ……………………………………. Rex Stand
Leo Gordon ............................................ Ed Pinchot
Angie Dickinson ………………………………… Kitty

SINOPSE
Sheridan é uma cidadezinha do Oeste dominada economicamente por um poderoso rancheiro e o local onde os seus cowboys fazem impunemente o que querem. Inclusivamente matar ou molestar todos aqueles que contestam a autoridade do seu patrão, o rico Dade Holman.
Fartos da insegurança que reina em Sheridan, os notáveis da terra contratam um famoso pistoleiro de passagem –Clint Tollinger- para que este restabeleça a lei e a ordem na cidade. Apoiado por alguns populares mais corajosos, o mercenário proíbe o porte de armas de fogo na localidade e começa por abater, impiedosamente, alguns prevaricadores. Todos eles empregados de Holman.
Entretanto, Tollinger é informado pela sua ex-mulher (Nelly, que dirige o bordel de Sheridan) da morte da sua filha única. Essa infausta notícia mortifica-o a tal ponto, que o pistoleiro decide abandonar a cidade. Não sem que, todavia, termine a tarefa que lhe fora confiada pelos ‘homens bons’ do lugar. No auge da sua luta contra o potentado local, o justiceiro contratado abate a tiro mais alguns dos seus homens de mão e deita fogo ao «Palace», o ‘saloon’ onde as raparigas de Nelly exercem a sua pecaminosa actividade.
Desesperado, Holman planeia uma armadilha contra o seu perigoso adversário; que falha no momento crucial, graças à oportuna intervenção de Nelly. Depois da morte do poderoso e pérfido rancheiro e dos seus derradeiros apaniguados, Clint Tollinger e a sua antiga esposa (agora reconciliados) preparam-se para abandonar uma Sheridan pacificada. Para grande alívio da população da terra…

O MEU COMENTÁRIO
«Sozinho Contra a Cidade» foi o primeiro filme realizado por Richard Wilson, um homem proveniente da rádio, onde chegara a trabalhar com Orson Welles. Refiro, por outro lado, que Wilson foi igualmente co-autor do guião desta excelente película, que, curiosamente, se situa na fronteira do filme de aventuras westernianas e do cinema ‘noir’.
Ainda a propósito de estreias, faço notar que esta obra foi, também, a primeira película produzida por Samuel Goldwyn Jr, filho de um dos famosos fundadores da M.G.M., e a primeira fita de Angie Dickinson, se exceptuarmos, todavia, um filme de Jack Donohue datado de 1954, no qual a futura ‘star’ fez uma fugaz e quase anónima aparição.
A protagonização da figura do justiceiro-mercenário Clint Tollinger, foi, do mesmo modo, um dos primeiros trabalhos de Robert Mitchum enquanto actor independente, depois de ele se ter desvinculado da R.K.O. Rádio –a companhia de Howard Hughes- onde estivera sob contrato até 1944. Cronologicamente, na filmografia de Mitchum, «Sozinho Contra a Cidade» surge logo a seguir àquele que foi, incontestavelmente, o seu melhor filme : «A Sombra do Caçador», realizado nesse mesmo ano de 1955 por Charles Laughton.
A figura central desta fita é um ser algo desenganado e cansado, no qual certos críticos cinematográficos julgaram ver um arauto anunciador do fim (mais ou menos iminente) do western clássico. Para muitos desses especialista, «Sozinho Contra a Cidade» é, pois, uma das últimas obras-primas do género e Richard Wilson tornou-se uma espécie de «testemunha lúcida, criativa e um tanto ou quanto profética» (dixit Jacques Lourcelles) da morte do western e do seu próprio sistema de produção.
Lembro, para finalizar estas linhas, que Richard Wilson realizou, em 1964, uma outra fita ambientada no Oeste americano do século XIX intitulada «Convite a um Pistoleiro», que também ela se distinguiu pela originalidade e força do seu argumento.

(M.M.S.)


Cartaz francês


O temível pistoleiro Clint Tollinger (Mitchum) aceita a oferta dos notáveis de Sheridan City para a 'limpar', por todos os meios ao seu alcance, dos fautores de violência


Cartaz utlilizado em Espanha para a promoção de «Sozinho Contra a Cidade»


O actor Robert Mitchum, que aqui representa o papel de um justiceiro mercenário, contracena com Jan Sterling; que, nesta fita, protagoniza a figura de Nelly Bain, sua ex-mulher


Capa do DVD editado em França


A popular revista «Cine Star Aventures» publicou a novelização da película em França


Capa da edição VHS nos países de língua inglesa


Capa do DVD comercializado em Espanha

«PUDERA EU, AMOR»


Pudera eu subir o rio do ‘squecimento
Navegar em águas densas d’ilusões
E deixar no negro cais do sofrimento
Tua imagem, além de mil recordações

Varar em esconsa praia o meu batel
E aí desembarcar o resto de quimeras
Que teimam seguir-me com seu fel
Lembrando-me quem eu sou e quem tu eras

Pudera olvidar, amor, que tu existes
E ‘scapar a esta chama que me abrasa
Devorando minha vida a cada instante

Que venham ventos e a maré vazante
Apagar este apego que tudo arrasa
E secar a cacimba de meus olhos tristes


(pensando em 'Betty Boop')

FILATELISMO


O filatelismo não é o mero e simples prazer de coleccionar selos de correio. Devido às inúmeras temáticas propostas pelas administrações postais, o filatelismo tornou-se um valioso vector de cultura. Eu, que gosto de navios e de história marítima, lamento, sinceramente, ter abandonado -no início- uma colecção começada há 50 anos. Porque os selos consagrados a esta temática são numerosos, sugestivos e convidam a aprofundar conhecimentos sobre os motivos estampados nessas minúsculas vinhetas. E já nem falo no valor monetário de tal colecção; porque isso até é secundário...