terça-feira, 29 de dezembro de 2015

TODAS AS ESPANHAS CABEM NA PENÍNSULA IBÉRICA

É sabido que o nome de Espanha (ou coisa parecida) foi dado à península -que nós partilhamos com outros povos ibéricos- desde a antiguidade pré-romana. Os estudiosos não se entendem quanto ao significado do vocábulo, que, segundo uns, quererá dizer 'país dos coelhos' (devido à importante população de roedores dessa espécie então existente no território) e, que, segundo outros, significa 'terra dos fundidores de metais'. Mas há, ainda, quem defenda outras teses, nomeadamente aqueles que acreditam que a palavra se deva traduzir por 'terra das serpentes'. Deixemos essa quezília aos especialistas, para nos centrarmos no facto dos Fenícios -que por cá passaram e fundaram colónias- usarem o termo 'i-spn-ea' para se referirem à península a que os filhos de Roma haveriam de chamar, mais tarde, Hispânia; e que, naturalmente, designava todo o território peninsular; dos Pirenéus ao Atlântico e da costa cantábrica até ao litoral mediterrânico. Desses vocábulos deriva o nome de Espanha, que até aos tempos do imperador Carlos V (que reinou no país vizinho com o nome de Carlos I) foi sinónimo de Ibéria; que é, este último, um termo que nos vem dos Gregos. O título de rei de Espanha (significando soberano de toda a península), só encontrou verdadeira legitimidade, quando, em 1580, Filipe II (filho do precedente) cingiu também -nas circunstâncias que todos conhecem- a coroa de Portugal. E que, desde logo, passou a ter autoridade sobre todo o território peninsular. Depois de 1640, com a Restauração, o título de rei de Espanha voltou (tal como antes) a ser contestado pelos Portugueses. A esse propósito, deixo aqui um texto respingado de um 'site' espanhol da Internet. O dito (escrito, obviamente, em língua castelhana) chama-se «Tinaja de Diogenes» e é animado pelo professor Cayetano Gea. Diz o seguinte sobre este assunto : «Filipe V, trás la Guerra de Sucesión em 1714, recibió una amonestación del monarca portugués, quien le recriminaba que se titulase rey de España, pues solo era rey de Castilla y de Aragón, pero no de Portugal». Isto vem confirmar que houve, pois, usurpação do nome de Espanha por parte dos mandantes vizinhos; que, na sua ânsia de reinar sobre todas as Espanhas, se apropriaram do nome de uma terra que -só por 60 anos- viria a ser integralmente sua. 

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