terça-feira, 29 de dezembro de 2015

DOS JORNAIS

Diogo é um menino de Mirandela, invisual, que estuda (com reconhecido aproveitamento) numa escola de Vila Real. Para tanto, ele percorre, todos os dias do ano escolar, uma distância de 120 km. Ou seja, despende 2 horas do seu tempo livre para ir frequentar o estabelecimento de ensino onde está matriculado e para regressar ao lar. Diogo -que tem 7 anitos- está, quanto a mim, a ser vítima da malfadada acção de Nuno Crato, antigo ministro da educação, que, com a sua política economicista, fechou escolas por todo o lado. E despojou outras do ensino especial, que requeria a situação deste menino. Espero que, num futuro muito próximo, o novo governo lhe faça justiça, assim como a todas aquelas crianças que receberam este tratamento inqualificável, que frisa a barbárie. Resta-me desejar felicidades ao Diogo; que eu considero um herói da vida quotidiana. Um daqueles heróis que não terão direito a inscrever o seu nome nos livros de História, mas que merecem mais o nosso apreço -pela sua coragem perante o infortúnio e a injustiça- do que a maior parte das figuras recentemente medalhadas pelo actual presidente desta (quase) república das bananas.

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