segunda-feira, 5 de outubro de 2015

NO RESCALDO DAS LEGISLATIVAS 2015

A coligação Passos/Portas venceu ontem as eleições, apesar de ter perdido 12 % dos votos em relação às últimas legislativas. Vitória complicada, porque tendo-se ficado pelos 104 deputados (38,6 % dos votos, que não garantem a maioria absoluta no parlamento), a direita fica numa situação de quase ingovernabilidade (se a PAF for designada pelo PR para assumir essa responsabilidade), perante os 121 deputados eleitos pelos partidos da esquerda. Esquerda essa, que, como é do conhecimento geral, afirma não querer pactuar com aqueles políticos que, durante 4 longos anos, impuseram ao país uma austeridade felina e sem grandes efeitos práticos, já que tudo o que era mau para Portugal cresceu : a dívida externa, a emigração, a fiscalidade, o desencorajamento das pessoas, etc. Como é que o senhor Cavaco Silva vai agora descalçar a bota ? -É coisa para se saber nos próximos dias... No rescaldo desta consulta popular, é bom lembrar que, à esquerda do espectro político nacional, só o PS perdeu votação; certamente pelo facto do seu candidato não se ter mostrado claro na política que se propunha fazer e, também, pelo medo dos eleitores de que a dita política afinal nada mudasse. A CDU cresceu pouco, menos do que se esperava, mas ainda assim ganhou votos e conseguiu eleger mais 1 deputado. A grande surpresa (ou talvez não...) veio-nos do Bloco de Esquerda, que, mercê da inteligência e da seriedade de Catarina Martins -sua porta-voz e cabeça de cartaz- fez crescer exponencialmente a votação no seu partido e mais que duplicar o número de representantes seus na Assembleia Nacional. Quero dizer, para terminar, quão surpreendente foi a eleição de 1 deputado pelo PAN - Pessoas-Animais-Natureza, quando quase todos nós esperávamos que, se um dos pequenos partidos ganhasse representação parlamentar, fosse o partido do Dr. Marinho Pinto, o Partido Democrata Republicano, ou o Livre/Tempo de Avançar, de Rui Tavares.

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