sábado, 13 de setembro de 2014

SOBRE A TRÁGICA SITUAÇÃO NO PRÓXIMO ORIENTE

Na crónica 'Segunda Opinião', que assina num dos nossos mais populares títulos da imprensa escrita, Rui Pereira -professor universitário e antigo ministro- diz o seguinte, referindo-se à catástrofe (política, militar e humanitária) que devasta os países de Próximo Oriente : «...temos de aprender uma lição cuja ignorância se tem revelado fatal nos mais variados países e regiões. Os inimigos dos nossos inimigos não são, necessariamente, nossos amigos. Até podem ser inimigos mais perigosos. É muito irresponsável desconsiderar as consequências previsíveis das nossas ações. Derrubar Saddam, por exemplo, para promover o regresso à Idade Média e a caça aos cristãos não parece ter sido boa ideia. Apoiar uma primavera árabe que ameaça transfigurar-se em inverno fundamentalista pode revelar-se ainda pior». ///////  Ena pá ! Os nossos intelectuais descobriram isto agora. É pena não o terem dito ao tempo da segunda guerra do Golfo -quando Bush Jr., imprudentemente, deu o pontapé no vespeiro iraquiano- e aqui há dois anos atrás, quando EUA, Turquia e Europa ocidental se aliaram para destruir o regime sírio. Regime que, durante décadas, garantiu no Levante (e apesar das suas falhas e insuficiências) paz e alguma prosperidade às populações hoje destroçadas ou praticamente abandonadas às mãos criminosas dos jihadistas. Por isso, eu persisto em dizer que os grandes culpados da situação dramática que hoje se vive naquela região do mundo têm nome. E tem responsabilidades gravíssimas que não assumem por inteiro. É aos líderes ocidentais e a mais ninguém, que se deve o descalabro actual. Descalabro que já causou a morte de muitos milhares de inocentes e que ameaça a paz mundial. Que vergonha !

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