sábado, 20 de janeiro de 2018

DIA NEGRO EM NOVA IORQUE


O dia 15 de Junho de 1904 foi um dos mais dramáticos da História da cidade de Nova Iorque. Que só seria superado em desgraça já no século XXI, a 11 de Setembro de 2001, aquando dos ataques terroristas às chamadas Torres Gémeas. O desastre ocorrido no início do século XX não foi provocado por acções de natureza política. Ficando, isso sim, a dever-se (ao que se terá apurado) ao gesto negligente de um passageiro do vapor fluvial «General Slocum»(*), que, durante uma das suas viagens regulares pelo East River, lançou ao chão, displicentemente, uma beata de cigarro ainda acesa... Esse gesto, aparentemente inocente, provocou um incêndio a bordo do navio, que os membros da sua tripulação e os passageiros não conseguiram extinguir. Até porque, naquele tempo, não havia apetrechos a bordo, susceptíveis de neutralizar o fogo : bombas, mangueiras, extintores, baldes de areia, etc. Como também não havia botes salva-vidas, bóias, coletes e demais equipamento hoje obrigatório. O incêndio propagou-se, pois, a uma velocidade fenomenal, matando mais de 1 000 pessoas entre os 1 342 passageiros que se encontravam a bordo. Entre as vítimas encontravam-se muitas mulheres e crianças (habitando o bairro popular de Little Germany, localizado em Manhattan) ligadas à Igreja Evangélica; que, todos os anos, participavam numa festiva excursão fluvial organizada pela comunidade de São Marcos.


(*) O «General Slocum» era um vapor de rodas laterais com uma arqueação bruta de 1 284 toneladas. Media 72 metros de comprimento por 11,40 metros de boca. O seu calado não ultrapassava os 3,70 metros. Movia-se graças a 1 máquina a vapor equipada com 2 caldeiras, cuja força lhe proporcionava a velocidade máxima de 16 nós. Fora construído, 13 anos antes do desastre, inteiramente em madeira. Funcionava com uma equipagem de 22 homens, incluindo o capitão. O seu nome constituía uma homenagem a um general nortista da Guerra Civil. O seu armador era a companhia de navegação Knickerbocker Steamship Cº, que o mandara construir nos estaleiros da firma Devine Burtis Jr., de Brooklyn.

(Clicar com o rato nas imagens para as ampliar).

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