quarta-feira, 5 de outubro de 2016

MOSCATEL, MOSCATÉIS

É do conhecimento de todos que as uvas de casta moscatel são originárias do Mediterrâneo oriental (onde são produzidas há milénios), muito provavelmente da Grécia. Que tem na ilha de Samos as vinhas que produzem os mais afamados destes vinhos licorosos naturais. O facto de eu ter passado muitos anos em França, país que é um dos maiores importadores desses vinhos helénicos, colocou-me na posição de prová-los; o que não era difícil, até porque esses néctares da Grécia não são, ali, mais caros do que os moscatéis gauleses. Que também são, eles, de excelente qualidade. Da Grécia, as cepas da casta moscatel espalharam-se, depois, por toda a bacia mediterrânica, chegando à península Ibérica na bagagem dos legionários romanos, que a conquistaram e civilizaram. Agora, a dita casta está espalhada pelo mundo inteiro, tendo sido introduzida em todas as regiões (mesmo as mais longínquas) que dispõem de condições para a cultura da vinha : África do Sul, Austrália, Argentina, América do norte, Brasil, etc. Amador de moscatéis (o que não é o caso de toda a gente, sendo que há pessoas que lhe reprovam o seu gosto excessivamente adocicado ou 'feminino', como alguns o classificam), eu já tive a oportunidade de degustar alguns desses vinhos mais ou menos exóticos. E hoje posso dizer que nenhum deles é igual ou superior ao Setúbal Roxo; que é um vinho com gosto, cheiro e muitas outras virtudes ímpares. Aliás, não é por acaso que, este ano -num prestigiado certame internacional, anualmente organizado em França- um desses nossos vinhos foi considerado (depois de uma prova cega) o melhor moscatel do mundo. Se um dia quiserem perder o amor a 15/20 euros (que é o custo médio, em Portugal, de uma garrafinha de 50 centilitros de moscatel roxo), poderão constatar esta verdade que aqui vos deixo.


Sem comentários: