quarta-feira, 16 de março de 2016

O MUNDO AGRÍCOLA TEM RAZÃO EM PROTESTAR

Este governo começou mal a sua relação com o mundo da agricultura; que ainda é uma das bases da nossa fraca economia. Deixar que sejam os grandes grupos comerciais (os senhores das grandes superfícies) a fixar os preços (miseráveis) de aquisição do leite, da carne e de outros produtos de primeira necessidade é, do meu humilde ponto de vista, escandaloso e suicidário. Porque os nossos produtores assim não se aguentam e acabarão -todos eles- por deixar a sua actividade, liquidando milhares de preciosos empregos e obrigando o nosso país a importar cada vez mais coisas que por cá se podem produzir com excelente qualidade e a preços moderados. Eu compreendo os homens e as mulheres que, ainda recentemente, manifestaram, aos milhares, o seu descontentamento. Porque é gente de muito trabalho, que merece que os seus produtos sejam pagos a preços justos, a preços compensadores. E mal irá o governo se não entender isto...Diga-se de passagem e para terminar estas linhas, que a Europa é, também ela, sobretudo ela, uma das grandes culpadas por este estado de coisas, que ocorrem aqui e noutras regiões do continente. Ao decidir, por razões de baixa política, interromper relações comerciais com a Rússia. País que absorvia grande parte dos nossos excedentes de leite e de hortícolas e que pagava a tempo e horas. Isto dizem-no os profissionais portugueses, franceses e espanhóis, que se sentiram altamente prejudicados pelas alarvices de Bruxelas. O pior é que, entretanto, aquele grande país do leste já encontrou outros fornecedores fora do espaço europeu e já desenvolveu actividades (por exemplo no domínio da produção de queijos) que vão comprometer por muitos anos as nossas exportações para aquele mercado. A esta política chama-se falta de visão estratégica. E mais não digo... A não ser que é urgente, que é vital resolver os problemas do mundo agrícola a contento de quem trabalha e de quem produz.

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