quarta-feira, 30 de março de 2016

O CONFRONTO DAS ROSAS

Curiosamente, pode ver-se uma certa similitude -quanto às origens- entre a Guerra das Duas Rosas, que ocorreu em Inglaterra na segunda metade do século XV, e a conquista pelos Portugueses das praças muçulmanas do norte de África; que se iniciou com a tomada de Ceuta em 21 de Agosto de 1415. Esses conflitos resultaram do facto -para os lusos- de terem findado as guerras com Castela, depois de uma série de vitórias portuguesas que culminaram em Aljubarrota e de não se saber muito bem o que fazer com os irrequietos combatentes desse conflito, nomeadamente com os membros da fidalguia. Foi assim, com as aventuras ultramarinas, que D. João I e seus sucessores encontraram um escape para tanta fogosidade, para tanto sangue na guelra. Só que quem pagou as favas dessa política foi um inimigo estrangeiro... A Guerra das Duas Rosas foi um conflito interno, uma guerra civil entre duas facções, ambas com aspirações à sucessão no trono de Inglaterra. Mas que talvez nunca tivesse acontecido, se as casas de Lencastre e de York não contassem com tantos partidários armados e... desocupados. A Inglaterra saíra há pouco tempo, com efeito, de um longo conflito com a França (Guerra dos Cem Anos), que acabara, definitivamente, com as suas veleidades territoriais no continente. E toda aquela gente (armada e habituada a afirmar-se pela violência) se envolveu num conflito de interesses ligado às ambições de dois líderes decididos em sentar o traseiro no trono de Inglaterra. A sangrenta Guerra das Duas Rosas começou em 1455 e durou 30 longos anos; só terminando em 1485, com a morte do último dos Plantagenetas,  Ricardo III. E com a subida ao trono de Henrique VII (um Lencastre), que por casamento com uma York, reuniu as duas famílias desavindas e que, por mútuo acordo, fundou uma nova dinastia : a dos Tudores. A guerra em questão chamou-se assim, porque os Lencastre tinham uma rosa vermelha no seu brasão de armas e os seus rivais, os York, usavam nos seus escudos a mesma flor, mas branca.

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