domingo, 4 de outubro de 2015

BELEZA OUTONAL

As árvores da minha região (mas também as vinhas...) já apresentam estas cores amarelo-avermelhadas, que nos anunciam que o Outono já se instalou. Eu gosto desta estação do ano, que põe cobro aos tórridos calores do Verão; que na minha terra alentejana são de uma violência notória.

FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (50)

Esta fotografia (de Sam Shaw) 'apanhou' o dramaturgo Arthur Miller (1915-2005) e sua mulher, a actriz Marilyn Monroe (1926-1962), a colher flores numa pradaria de Roxbury, no estado de Connecticut, onde o famoso autor de «Morte de um Caixeiro Viajante» tinha a sua residência. A cintilante estrela de Hollywood conheceu o último marido aquando da rodagem de um dos seus filmes. Daí nasceu uma amizade e uma mútua admiração, que, anos mais tarde, redundou em matrimónio. O casamento destas duas celebridades teve lugar em White Plains, uma cidadezinha dos arrabaldes de Nova Iorque, e ocorreu no dia 29 de Junho de 1956. Tiveram uma vida complicada, sobretudo pelo facto de Arthur Miller ter sido perseguido pelo McCarthysmo de triste memória, que o acusou de conspiração comunista. O seu acusador foi o cineasta Elia Kazan, que, como é sabido, lixou a vida a muita gente ligada à indústria cinematográfica e ao meio intelectual. Disse-se e escreveu-se, nessa época, que foi por influência de Marilyn, que a justiça norte-americana abdicou de importunar Miller... Devido ao carácter da actriz, instável e com problemas de ordem psico-psiquiátrico por resolver, a relação foi definhando e o divórcio consumou-se a 24 de Janeiro de 1961. A belíssima Norma Jean Mortenson (nome da vedeta no estado civil) faleceu no ano seguinte -a 5 de Agosto- devido (segundo a versão oficial) à ingestão abusiva de medicamentos. Mas, cedo, outras teses sobre a sua morte prematura (aos 36 anos de idade) começaram a circular nos EUA, lançando a suspeição sobre a versão dos factos, publicada pela polícia criminal de Los Angeles.

PRÉMIO AO MÉRITO

Ferrari 458 'Italia' - Bonito para uma prenda ! Afinal, isto deve custar uma bagatela e ter um consumo de gasolina dos mais razoáveis.
-212 000 euros por unidade ? -Apenas 424 salários mínimos nacionais...
-E gasta somente 1 litro de carburante por cada 8 km percorridos ? -Isso ronda os 12,5 l aos 100 km e é uma verdadeira pechincha !
Proponho que a nação (que somos todos nós) ofereça -como reconhecimento pelos favores prestados- um destes bólides vermelhos aos deputados, que hoje conquistem o seu lugar na Assembleia República. Já viram o belo efeito visual com que se apresentaria uma Lisboa pejada destas bombas ? -E os rapazes (e as meninas) merecem.

sábado, 3 de outubro de 2015

FALECEU JOSÉ VILHENA

Faleceu hoje com 88 anos de idade, num estabelecimento hospitalar da cidade de Lisboa, o artista plástico, desenhador, editor, escritor e humorista José Vilhena; que -antes e depois do 25 de Abril- se tornou famoso pelos seus sugestivos bonecos (sobretudo bonecas...) e escritos ácidos e ousados em publicações como «Gaiola Aberta» e «O Moralista», entre outras. Os seus alvos privilegiados eram os políticos (que temiam a sua língua acerada e os seus 'cartoons' venenosos), de cuja actividade ele disse um dia : «a política é uma porca que, de quatro em quatro anos, pare uma ninhada de deputados». Ironia do destino, Vilhena faleceu na véspera de assistir ao despejo de nova barrigada. Morreu de cancro, o terrífico caranguejo que a medicina (apesar dos progressos feitos) ainda não conseguiu vencer... Adeus artista.

«THE MAVERICK QUEEN» NA VOZ DE JONI JAMES

«The Maverick Queen» é uma canção da autoria de Ned Washington (letra) e de Victor Young (música). Cantada por Joni James, foi incluída num filme com igual nome, realizado, em 1956, por Joseph Kane. Essa fita foi exibida em Portugal com o título «A Rainha do Mal». É um western sem grande fulgor, apesar de ter sido interpretado por autores prestigiosos, tais como Barbara Stanwyck, Barry Sullivan e Scott Brady. A canção em questão ficou na memória dos cinéfilos e, muito especialmente, na dos westernófilos; que é uma franja já muito limitada de gente que afecciona um género em franca decadência...

Convido, quem queira, a ouvir a supracitada canção, que, no sítio 'You tube' que propõe a sua escuta, nos oferece igualmente algumas imagens da película que, há quase 60 anos, a divulgou :


https://www.youtube.com/watch?v=eGw3LiuLl0Q

AMANHÃ, VOTE !

Amanhã não se esqueça de ir votar. Da sua escolha (pensada, reflectida, sensata) depende o seu futuro e o futuro dos seus compatriotas.

COISAS DA NOSSA HISTÓRIA...

8º filho do rei D. João I e de sua legítima esposa D. Filipa de Lencastre, o príncipe D. Fernando teve um destino singular e um fim atroz. Nascido em Santarém a 29 de Setembro de 1402, viu-se envolvido pelo irmão -o futuramente chamado Infante de Sagres- na trágica tentativa de assalto a Tânger de 1437. Na qual muitos Portugueses, guiados por D. Henrique -um chefe militar de total incompetência- foram, não só repelidos pelos defensores daquela praça do norte de África, mas também miseravelmente aprisionados. Segundo alguns historiadores, a captura de gente importante da corte portuguesa encorajou os Mouros a exigir, em troca da sua libertação e sem outra alternativa, a devolução da praça de Ceuta. Parece, na opinião dos ditos historiadores, que o infante D. Henrique terá sido inicialmente o escolhido pelos muçulmanos, para ficar em África como refém, até que a corte portuguesa assumisse as suas responsabilidades e concretizasse a troca. Mas o manhoso D. Henrique teve artes para convencer os árabes para que fosse ele a negociar, em Lisboa, a transação e que, em seu lugar, ficasse cativo D. Fernando, o seu irmão mais novo. E, aquele que seria o grande promotor da expansão ultramarina lusa, saiu de Marrocos livre... e com a intenção, bem determinada, de jamais devolver Ceuta. Sacrificando, assim, aquele a que o povo acabaria por chamar o Infante Santo. Príncipe que sofreu nas aviltantes masmorras de Tânger e de Fez vexames e torturas sem nome. D. Fernando morreu nesta última cidade, no dia 5 de Junho de 1443, após 6 anos de cativeiro. Depois do seu passamento, os mouros mandaram embalsamar o seu martirizado corpo e, depois, suspendê-lo pelos pés, numa ameia, junto à porta de Bab-es-Sebah. Onde permaneceu em macabra exposição durante 4 dias. Na sequência desse acto infame, os despojos de D. Fernando, príncipe de Portugal, foram colocados num ataúde, que voltou ao mesmo sítio das muralhas da cidade que viu e se vangloriou com o seu cativeiro e com o seu sórdido fim. Entretanto, em Portugal, D. Henrique, o seu inflexível irmão, dedicava-se de corpo e alma às tarefas da expansão, da qual a praça de Ceuta se tornara no emblema. A reconhecida piedade (imbuída de quase fanática religiosidade) do promotor das Descobertas e os seus hábitos de homem solitário, talvez tenham escondido muitos remorsos pela maneira cínica e premeditada com a qual ele tratou o dossier do cativeiro do seu irmão mais jovem. Que foi, não hajam dúvidas, sacrificado por questões de natureza política e de prestígio nacional.



1- Estátua de D. Fernando -o Infante Santo- em Santarém, cidade onde nasceu no ano de 1402.
2- Porta de Bab-es-Sebah em Fez, Marrocos. Foi aqui que, há uns 570 anos, foi exposto -para divertimento e regozijo da populaça- o corpo martirizado do mais jovem dos membros da Ínclita Geração.