sábado, 14 de maio de 2016

PALHETA E O CAFÉ BRASILEIRO

Este antigo vigésimo da lotaria federal brasileira foi ilustrado com a figura de Francisco de Melo Palheta e com um ramo de cafeeiro. Palheta (cuja terra de natalidade é apontada como sendo Belém do Pará ou Serpa, no Alentejo) era sargento-mor do exército português estacionado no Brasil colonial. Em ano impreciso da segunda década do século XVIII, foi enviado para a Guiana Francesa com a exigência de ali cumprir duas missões : a primeira delas, de carácter público, tinha a ver com o restabelecimento das fronteiras delineadas pelo Tratado de Utrecht, firmado em 1773, e que deveriam ser materializadas pelas margens do rio Oiapoque. Na segunda missão -muito mais sigilosa- exigia-se a Francisco Palheta (1670-1750) que, por todos os meios, trouxesse para o Brasil mudas e sementes de cafeeiro, cujo monopólio era -na América do Sul- detido por franceses e holandeses. Tal como da primeira missão, o luso-brasileiro realizou com sucesso a operação de contrabando de sementes de cafeeiro e contribuiu, assim, para fazer do Brasil -alguns anos mais tarde- o maior produtor do mundo de café. Que durante muito tempo reinou, no Brasil, em regime de monocultura e fez das terras de Vera Cruz a maior potência económica regional.

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