segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A PROPÓSITO DE «O MORDOMO».

Ontem à noite enchi-me de coragem e fui ao cinema. Para ver «O Mordomo», o badalado filme de Lee Daniels, com música de fundo do compositor português Rodrigo Leão e com a participação de uma plêiade de actores (todos muito bons)  à cabeça da qual brilham Forest Whitaker e Oprah Winfrey. E digo que me enchi de coragem, porque tinha passado praticamente todo o fim-de-semana em Évora, no casamento de uns primitos -a Guida e o Tiago- a quem desejo, novamente, muitas felicidades para enfrentar, de frente, com amor  e com coragem, esta vida tão cheia de escolhos. Mas, voltando ao filme, quero dizer que gostei. «O  Mordomo» («The Butler») é decididamente um filme corajoso, que reflecte muitos anos de luta apre pela emancipação dos negros norte-americamos. Todos eles vividos através do olhar (aparentemente neutral) de um criado da Casa Branca. Gostei, porque este filme veio lembrar-me, a mim e aos homens e mulheres da minha idade, os tempos de brasa (de início da década de 60, sobretudo) em que os afro-americanos (mas não só) se organizaram -no seio de movimentos académicos e/ou cívicos- para dizerem basta ! a todos aqueles (governantes incluídos) que ainda os espezinhavam; como se Lincoln e a sua lei de emancipação dos escravos nunca tivessem existido. «O Mordomo» é, realmente, um excelente filme que, deste modesto blogue, eu recomendo vivamente e com prazer a todos aqueles que gostam de cinema e de História contemporânea. E aos outros também. Só lamento é que, para ir ao cinema (coisa tão banal noutros tempos e noutros lugares), tenha sido obrigado a percorrer 35 longos quilómetros do meu domicílio até à sala de exibição do filme. E outros tantos, evidentemente, para voltar a casa. Já agora refiro que esta fita foi projectada no confortável Cine-Teatro de Ponte de Sor. Onde este género de espectáculo custa (por pessoa adulta) a modesta soma de 2,50 euros. 'Pourvu que ça dure», como dizem os Franceses !

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