domingo, 7 de setembro de 2014

ARTE LUSA DO SÉCULO XIX

Esta tela é da autoria do pintor português José Júlio de Souza Pinto, um artista natural de Angra do Heroísmo, cidade onde nasceu no ano de 1856. Ligado à primeira geração naturalista, este pintor fixou-se em França, onde executou a maioria dos seus trabalhos e onde morreu (em Pont Scorff, Bretanha) em 1939. O quadro aqui mostrado, foi pintado em 1890, intitula-se «Barco Desaparecido» e pertence, actualmente, ao espólio do Museu do Chiado.

COISAS BOAS PARA VER E PARA SABOREAR

Uma vieira  (com o respectivo coral), umas gambas (descascadas) e umas rodelas de ananás (fresco). Depois disto reunido, basta brasear ligeiramente (para não secar) e degustar. Divinal !!!

QUEM SE LEMBRA DESTES HOQUISTAS ?

Quem se lembra ainda desta formidável selecção portuguesa de hóquei-em-patins, que conquistou inúmeros e prestigiosos títulos e troféus internacionais ? Inclusivamente o famoso Torneio de Montreux, na Suíça, onde, em 1958, foi tirada esta fotografia. Penso que nenhuma outra formação lusa gozou de tanta popularidade na prática dessa modalidade, onde Portugal já foi rei. Para memória, aqui deixo os nomes destes atletas de excepção. De pé, da esquerda para a direita : Souto, Abílio Moreira, Velasco, Adrião, Bouçós e Carrelo. Agachados, pela mesma ordem : Romão Duarte, Passos Viana, Moreira e Vítor Rodrigues. Se bem me lembro, todos (ou quase todos) estes hoquistas eram originários da 'província ultramarina' de Moçambique. Daí ostentarem no peito (ao que me parece) o brasão de armas desse antigo território português da África oriental.

sábado, 6 de setembro de 2014

CONSTRUÍNDO UMA NAÇÃO

Esta imagem (que é a reprodução de um cromo editado nos anos 50/60) mostra um grupo de guerreiros portugueses tomando de assalto uma fortaleza às mãos do Islão. Repare-se na primeira bandeira da nacionalidade (semelhante àquela usada, nos nossos dias, pela Finlândia), nas lanças, nas cotas de malha, nos escudos e nos capacetes 'normandos'.  Que eram as armas de ataque e de defesa usadas, em Portugal e na Europa cristã, nesses recuados tempos medievais. A investida de castelos e baluartes, fazia-se, com o auxílio de engenhos e de escadas rudimentares, mas também à custa de muita coragem e de muito sangue. A expulsão definitiva dos mouros de território luso verificou-se  em meados do século XIII -durante o reinado de D. Afonso III- com a queda dos últimos redutos algarvios (Faro, Albufeira, Porches, Silves, Loulé) ainda nas mãos dos maometanos. Desse tempo e da avançada civilização árabe pouco nos restou, para além de algumas vagas tradições, de alguns vocábulos e de certos nomes geográficos... O que é pouco, o que é pena.

UM PLÁTANO INVULGAR

Aqui há dias, evoquei neste blogue a existência de uma oliveira, que cresce em França, à qual os peritos atribuem dois milénios de existência. O que não deixa de impressionar. Ontem, durante uma viagem a Portalegre, estive à sombra do famoso plátano do Rossio, uma árvore também ela surpreendente. Não pela sua idade, visto 'só' ter 176 anos de vida, mas pelas suas dimensões. Dimensões que fazem deste plátano ('Platanus hybrida Brot.') uma das grandes atrações turísticas da cidade cantada por José Régio. Com efeito, esta árvore gigante apresenta um perímetro de copa de 111,20 metros, um diâmetro médio da dita cuja de 38,20 metros e um perímetro do tronco de quase 6 metros. De notar que a copa é de tal modo vasta, que foi necessário escorá-la, para que as suas inúmeras pernadas não se abatam. O plátano do Rossio foi plantado, em 1838, pelo botânico Dr. José Maria Grande junto a uma linha de água, que o alimenta, desde então, e que é responsável pelo seu invulgar crescimento. Situado num lugar aprazível da avenida da Liberdade, este gigante vegetal é ponto de reunião de muitos portalegrenses, que, à sombra da sua frondosa copa, alimentam horas e horas de convívio e de cavaqueira. Diz a tradição (e uma placa alusiva), que ali foi fundado  o Sport Clube Estrela e que ali funcionou a primeira 'sede' desta conhecida agremiação desportiva do Alto Alentejo. O plátano do Rossio foi classificado como árvore de interesse público em 28 de Agosto de 1938, por decreto referenciado no «Diário do Governo».

ASSIM VAI O MUNDO...


Fernando Ventura é um frade franciscano que ganhou protagonismo na televisão (e noutros meios de comunicação social), graças ao seu discurso -bastante crítico- sobre a 'obra' dos nossos governantes e sobre a maneira como nós vivemos em sociedade. Eu não sou religioso, mas admiro a frontalidade e o humanismo deste homem e a mensagem que ele, serenamente, nos transmite, para nos incitar a fazer deste mundo uma casa onde caibam todos os homens e onde todos possamos viver de maneira mais harmoniosa. Convidando-nos a trocar «o eu SOLITÁRIO, pelo nós SOLIDÁRIO»... É pena que frei Fernando Ventura não esteja mais presente na TV. Nessa TV onde pululam e se multiplicam os politiqueiros profissionais do sistema, que nos conduziram ao pesadelo que tomou conta das nossas vidas.


Os implicados no 'Caso Face Oculta' (que já se arrasta há 3 anos) foram ontem condenados em tribunal a penas de cadeia efectiva. Mas, como é habitual neste nosso país, ficaram todos em liberdade. Para que os seus advogados possam, agora, introduzir recursos, que transformem, eventualmente, a primeira decisão dos juízes em penas mais leves ou, até, simbólicas. Será desta vez que os corruptores e corrompidos, que transformaram este país num lodaçal, serão castigados pelos seus crimes ? Esperamos que sim ! Como esperamos também que, um dia, se tenha o bom senso de começar a investigar, de maneira séria, a vidinha daqueles que -servindo-se da influência oferecida pelos seus cargos públicos- enriqueceram subitamente e em margem da legalidade.


Segundo notícias dos jornais, metade dos portugueses desempregados não recebem qualquer subsídio. E muitos deles já desistiram de procurar trabalho e não estão sequer inscritos nos centros do Instituto de Emprego e Formação Profissional. Que quer o (des)governo Passos/Portas fazer com esta gente ? Indivíduos que, antes de serem números estatísticos, são pessoas de carne e osso, com famílias e com a legítima ambição de lhes proporcionar uma vida digna. Eu cá não sei ! Mas acho que esta situação, profundamente cruel, não pode durar; porque as pessoas não são de pau. Têm sensibilidade, sobretudo perante as situações de injustiça de que são vítimas. Como diz o outro, 'aguardemos pela pancada'. Que pode ser súbita e violenta.

 

GARRINCHA, NUM POEMA DE VINICIUS

O ANJO DE PERNAS TORTAS
 
         Vinicius de Moraes
 
 
A um passe de Didi, Garrincha avança
Colado o couro aos pés, o olhar atento
Dribla um, dribla dois, depois descansa
Como a medir o lance do momento.
 
Vem-lhe o pressentimento; ele se lança
Mais rápido que o próprio pensamento,
Dribla mais um, mais dois; a bola trança
Feliz, entre seus pés – um pé de vento!
 
Num só transporte, a multidão contrita
Em ato de morte se levanta e grita
Seu uníssono canto de esperança.
 
Garrincha, o anjo, escuta e atende: Gooooool!
É pura imagem: um G que chuta um O
Dentro da meta, um L. É pura dança!