quarta-feira, 31 de julho de 2013

REVER «SANGAREE»... E DESILUDIR-SE

Inspirado num dos populares romances de Frank G. Slaughter, o filme de aventuras «Sangaree» -uma produção dos estúdios Paramount Pictures- foi estreado em 1953. Precisamente quando eu completei 8 anitos de idade. É muito provável, no entanto, que eu só o tenha visto uns 4 ou 5 anos mais tarde, por causa da famigerada censura salazarenta, que impedia os miúdos com idades inferiores aos 12/13 anos de desfrutar plenamente do espectáculo cinematográfico. Vi, pois, «Sangaree» -uma película que, hoje, nada diz a quem quer que seja- num período de grande fome de cinema, fenómeno que podia transformar uma fita banalíssima como esta, num espectáculo grandioso e difícil de esquecer. Acontece, porém, que dela apenas conservei -durante longos anos- uma vaga recordação visual e os nomes do par formado por Fernando Lamas (um famoso galã daqueles tempos) e pela bonita Patrícia Medina, que também foi um dos ícones da Hollywood da época. Nada mais ! Tudo o resto se desvanecera da minha memória, da minha 'caixa dos pirolitos', que, entretanto, envelheceu de meio século. Ontem, no decorrer de uma das minhas frequentes idas a Espanha, encontrei uma cópia DVD do filme em questão. E, como o preço era convidativo (pouco mais de 10 euros), não hesitei em adquiri-la, com a firme intenção de reviver velhas emoções com esta fita, que foi realizada por um certo Edward Ludwig. Fita que, digo já e antes de mais, me desiludiu bastante. A primeira das trivialidades da película tem a ver com a história contada, que me pareceu -agora- de uma ingenuidade suprema; e a segunda decorre do facto das imagens não terem beneficiado de uma mais que necessária remasterização. A acção decorre, em finais do século XVIII, no Sul dos Estados Unidos, em tempos de grande agitação política e de grande instabilidade social. Um rico proprietário de terras lega, antes de morrer, a gerência dos seus bens ao filho de uns seus antigos serviçais; moço que, apesar de formado em medicina, é socialmente descriminado devido às suas modestas origens. E é marginalizado sobretudo por Nancy Darby (encarnada por Arlene Dahl, outra celebridade do tempo), a intransigente filha legítima do falecido. Enfim, apesar do exotismo, das cenas de acção (algumas delas verdadeiramente espectaculares) e do esperado 'happy end', a verdade é que esta obra me desiludiu imenso. Do que tenho pena, já que vivi a sua visualização como se vê o desmoronamento de um bom momento da minha prima juventude. Assim vai o mundo...

segunda-feira, 29 de julho de 2013

DELICIOSO 'DESAYUNO'

///////// Tenho a sorte de morar numa região de Portugal que se encontra a escassas dezenas de quilómetros de Espanha. Um país que eu estimo por muitas e diversas razões. É raro o mês que eu não visite o território do país vizinho. Sobretudo a região autonómica da Extremadura, mais precisamente as províncias de Badajoz e de Cáceres. Por vezes até por lá como. Geralmente o pequeno-almoço ou a refeição do meio dia, que -com a diferença de fuso horário- se toma por aquelas bandas a partir das 13 horas locais e que se pode prolongar até às nossas 4 horas da tarde... Enfim, hábitos ! Mas o que eu prefiro tomar, em Espanha, é mesmo o pequeno almoço, 'el desayuno'. Sobretudo, quando há chocolate (espesso e quente) e churros estaladiços. Uma autêntica maravilha !

SAUDOSO RAUL SOLNADO

Nestes tempos de aguda crise económica e de derrocada moral, em que o cinzento e o negro são as cores dominantes de uma sociedade madrasta para muitos portugueses, que falta por cá fazem o saudoso Raul Solnado e as suas engraçadíssimas rábulas. Como os populares 'sketchs' intitulados «A Ida ao Médico», «A Guerra de 1908», «É do Inimigo ?», «A Bombeiral da Moda», «A Selva e os seus Leopoldos», «O Repuxo» e tantas outros, que nos faziam rir a bandeiras despregadas. Restam-nos os seus discos -que ajudam a matar saudade do artista- e a lembrança de um homem solidário; que em tempos também eles de grande angústia e sacrifício, sempre se identificou com o povo (que o amava) e esteve contra aqueles que o oprimiam. Ah ! 'ganda' e imortal Raul !

BELEZA E SERENIDADE

////////// Depois de mexericarmos a porcaria (mesmo se só por via intelectual) apetece-nos refrescar, respirar umas benfazejas lufadas de ar puro. Nem que seja só e também pela via virtual de uma bonita fotografia. Como esta que aqui vos deixo e que transmite beleza, serenidade e tudo o mais que um espírito atormentado pelos mil e um problemas da vida necessita. A Natureza é, na sua grandiosidade e como é sabido, um excelente remédio para as maleitas que os químicos não curam...

BASTA !!!

Confesso que continuo inconformado com a colocação à venda (a quem mais der !...) dos Correios de Portugal, serviço público imprescindível para as populações portuguesas e raro testemunho visível de que ainda somos (seremos ?) uma nação soberana. Já não exercemos o controlo das nossas fronteiras, já não emitimos moeda, deixamos que entidades estrangeiras nos ditem leis contrárias aos interesses da nossa população, o estandarte verde-rubro já só flutua na companhia da tutelar bandeira das estrelinhas. Para onde vamos na alienação do nosso património moral e material ? Quem, no nosso país, está interessado em vender a pátria a retalho ? E porquê ? São as perguntas que me apetece fazer aos meus compatriotas. Que convido a acordarem. Já ! Porque se não acordarem já, daqui a pouco tempo ainda vamos assistir (impávidos e serenos, como sempre) à venda do castelo de Almourol, do litoral alentejano, da Armada Portuguesa (com os submarinos do Portas e tudo) e do Vale do Douro àqueles que nos chupam juros verdadeiramente escandalosos por uma dívida que o povo português nunca contraiu. Despertai portugueses ! Há coisas mais importantes, de momento, do que as vitórias da selecção de futebol ou do que os concertos do nosso grupo de rock preferido... Julgai os políticos pelo que eles valem realmente e não pelos discursos falaciosos que eles bolsam continuamente. Reajam ! As eleições autárquicas aproximam-se a passos largos e vão ser uma boa ocasião para dizerem basta àqueles que vos andam a enganar há 40 anos. De dizer basta aos políticos dos partidos da 'área da governabilidade' (essa treta) que os Portugueses estão fartos de ser desrespeitados e espoliados por senhoritos que estão na política somente e apenas para ganhar dinheiro (muito dinheiro) e protagonismo. É correr com essa gente -nem que seja a pontapés no traseiro- e dizer-lhe que estamos fartos de criaturas que se tem ilustrado nas nefandas tarefas de empobrecer o nosso país e de 'fabricar' desempregados. Rua com essa súcia !!!

domingo, 28 de julho de 2013

NAVE MEDIEVAL

A embarcação aqui representada é uma nave bélica da Idade Média. Pela decoração das velas e pela bandeira, depreende-se que tenha pertencido à armada real inglesa. Estes navios eram pouco ágeis e as suas pesadas velas de pendão impediam-nos de bolinar. Técnica inovadora, que só surgiu -no século XV- com a invenção (portuguesa) da caravela latina. Daí a utilização sistemática de remos nas embarcações medievais, como o atesta a imagem. Curioso é, igualmente, a utilização de dois pesados remos -colocados à ré, de cada bordo do navio- que faziam a função de leme. O que, naturalmente, também dificultava as manobras e exigia a presença constante de dois possantes marujos para os governar. Refiro que o uso do leme axial também só se generalizou no século XV. Se gostar do tema da navegação -marítima ou fluvial- e tiver alguma curiosidade pelos navios que fizeram História, pode consultar o meu outro blogue ALERNAVIOS; que já 'tirou o retrato' a mais de 1 200 embarcações de todos os tipos e épocas.

AVIÕES ROMENOS

Estes aviões pertenceram à aviação militar da Roménia no período da 2ª Guerra Mundial. Quando as autoridades ditatoriais desse país balcânico (de língua neo-latina) se aliaram, imprudentemente, a Adolf Hitler e seguiram a Alemanha nazi na sua senda de agressões contra as nações da Europa do tempo. De construção local, estes caças-bombardeiros eram conhecidos pelo designativo IAR-80 e foram, sobretudo, dirigidos contra a U.R.S.S.. Tal aliança e tal política acabaria por custar muito caro à Roménia, já que resultou na anexão de porções importantes do seu território, num período longo de ocupação militar e na obrigação de seguir as directivas políticas de Moscovo até à queda de Ceausescu, em 1989. A fotografia anexada é dos anos 40 do século passado e a silhueta colorida permite apreciar o esquema de camuflagem usado nesses aparelhos. A propósito de aviões militares : a Roménia comprou recentemente a Portugal, uma dúzia (se não me engano)  de caças-bombardeiros F-16; que a F.A.P. (Força Aérea Portuguesa) não pôde manter operacionais, devido às fortes restrições orçamentais que atingem -nestes tempos de crise- esse e outros ramos das nossas forças armadas. Mas será que a Roménia, que tanto quanto sei, também está economicamente à rasca e que tem milhões de desempregados, poderá, ela, manter tão sofisticados brinquedos ?

ROUBAR UM PÃO...

Este acusador cartaz de um grupo contestatário (Que se Lixe a Troika) já não é novo. Mas é vector de uma verdade (virtude intemporal) que preocupa todos os Portugueses. De toda evidência, vamos mantendo por cá, infelizmente, duas formas de justiça : uma, que não tem contemplações para quem rouba um pão, e uma outra -muito mais permissiva- para quem desvia milhões. Resumindo e concluindo, vivemos num país que não castiga aqueles que pilham bancos (o caso do BPN é um dos exemplos mais gritantes) e que estraga a vidinha àqueles que, como o Jean Valjean de «Os Miseráveis», tentam sobreviver na autêntica selva em que se transformou esta nossa sociedade, dominada (e devastada) pelas taras do capitalismo sem freio. Pergunta : será que as pessoas -exploradas e humilhadas- vão aguentar 'isto', sem reacção, por muito mais tempo ? -Eu cá tenho sérias dúvidas e penso que, um dia, alguém terá de pagar a factura. Porque na vida nada, mas mesmo nada, é imutável. (Pode ampliar a imagem com um simples clique).

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS

////////// «BEATRIZ»


Tu és o cheiro que exhala
ao ir-se abrindo uma flor!
Tu és o collo que embala
suas premicias de amor!

Tu és um beijo materno!
Tu és um riso infantil,
sol entre as nuvens do Inverno
rosa entre as flores de Abril!

Tu és a rosa de Maio!
Tu és a flammula azul
que atam à flecha do raio
as tempestades do sul!

Tu és a nuvem de Agosto,
Meu alvo vello de lã!
Tu és a luz do sol-posto,
tu és a, luz da manhã!

Tu és a timida corça
que mal se deixa avistar!
Tu és a trança que a força
do vento leva no ar!

És a perola que salta
do niveo calix da flor!
És o aljofar que esmalta
virgineas rosas de amor!

És a roseira que a custo
levanta as rosas do chão!
És a vergontea do arbusto,
anjo do meu coração!

Tu és a agua das fontes,
tu és a espuma do mar!
Tu és o lirio dos montes,
tu és a hostia do altar!...

És o pimpolho, és o gommo,
és um renovo de amor!
Tu és o vedado pomo...
Tu és a minha Leonor!

Tu és a Laura que eu amo,
e a minha Taboa da Lei,
e a pomba que trouxe o ramo,
e a margarida que achei!

És o lirio, és a bonina
dos valles do meu paiz!
És a minha Catharina!
És a minha Beatriz!

 João de Deus, in ‘Campo de Flores’
(A grafia é a do tempo do autor, que viveu entre 1830 e 1895)

A PRIVATIZAÇÃO DOS CTT : UM NOJO !

Essa choldra de arrivistas -a que Sua Inutilidade o Presidente da República chama governo e que só por sua obra e graça se mantém no poder- mandou hoje um dos seus fala-barato anunciar, publicamente, que está aberta a venda dos CTT ao sector privado. Espero que a (futura) reacção dos Portugueses esteja à altura do crime que os miguéis de Vasconcelos do (des)governo Portas/Coelho se preparam para cometer. E que vai afectar, ainda mais, os direitos básicos do nosso povo. Lembro aos mais distraídos dos nossos patrícios, que o Correio Público -que os agentes da 'troika' agora querem destruir- remonta ao reinado de D. Manuel I, ao ano de 1520. E que é esse património multissecular que o perdulário 'Portas dos submarinos' e os seus comparsas querem entregar de mão beijada aos interesses privados, quiçá estrangeiros; que se preparam, avidamente, para engolir mais este bom bocado do nosso património. É por demais evidente que, se estes politiqueiros de meia-tigela se mantiverem por muito mais tempo no poder (usurpado pelas falsas promessas que fizeram aos eleitores), só nos restarão -daqui a dois anos- os olhos para chorar. E, porventura, o ódio suscitado por todos aqueles que estão a contribuir, de uma ou de outra maneira, para a derrocada do nosso país. Tenho dito !

quinta-feira, 18 de julho de 2013

ÁGUAS MINERAIS

Há muitos anos atrás, em França, conversando com o meu médico, fiz-lhe observar (já não me lembro bem porque razão) que Portugal era um país muito rico em águas minerais. O que o deixou espantado ! Pouco tempo depois, durante nova consulta de rotina, esse simpático clínico, que, entretanto, se tinha documentado, falou-me no assunto e até me referiu o nome de algumas das nossas mais afamadas estações termais. Que ele tinha cuidadosamente anotado na sua agenda, em previsão da minha futura passagem pelo seu consultório. O que prova que todos nós podemos, assim, naturalmente, promover aquilo que de bom por cá temos. As águas, mas também os vinhos, os azeites e 'tutti quanti'. Vem isto a propósito de uma velha publicidade às águas do Alardo, recolhidas na Beira Baixa, ali para os lados da aldeia histórica de Castelo Novo. E que, segundo a publicidade, é «excelente nos tratamentos de fígado, rins, diabetes, gota, etc». Aqui deixo esse 'reclamo', encontrado na Internet e que eu muito aprecio pelo seu lado genuinamente retro.

A CRISE

Felizmente, muita gente já percebeu (e isso é bom !) que a crise não é para todos. Como muito bem sugere, neste seu 'cartoon', o desenhador e humorista catalão Manel Fontdevila.

EXPO SOBRE 'O NAVEGADOR'

Está patente no Padrão dos Descobrimentos (até dia 30 de Setembro) uma interessante exposição sobre o Infante D. Henrique, promotor das viagens ultramarinas portuguesas. Boa oportunidade para se ficar a conhecer melhor essa figura ímpar da História de Portugal. Vá lá ! Sobretudo se mora na capital ou numa das localidades próximas de Lisboa.

NA MORTE DE HENRI ALLEG

///////// Henri Alleg faleceu ontem, dia 17 de Junho, em Paris, com 92 anos incompletos. Militante do Partido Comunista Argelino, director do jornal «Alger Républicain» e correspondente do «Humanité» no norte de África, Henri Alleg foi uma das primeiras pessoas a denunciar os excessos (passe o eufemismo) cometidos pelo exército francês na Argélia, aquando da guerra de independência desse país. Perseguido pelas suas ideias e pelos seus escritos, obrigado a viver na clandestinidade, Alleg foi preso em 1957 pelas tropas paraquedistas do general Massu e barbaramente torturado. Encarcerado numa prisão militar, Henri Alleg escreveu ali «A Questão», livro cujo manuscrito ele conseguiu preservar e transmitir ao seu advogado. Nesse livro, Alleg contou as sevícias a que foi submetido pela autoridade militar e outras recordações do cativeiro. Apesar da sua difusão clandestina, esta obra de Alleg teve tiragens que totalizaram 150 000 exemplares ! Considerado 'persona non grata' na Argélia, após o golpe militar do coronel Houari Boumédiène, este lutador (que os políticos reaccionários e militares franceses tentaram denegrir) regressou a França, onde se instalou. Foi membro do chamado 'Pôle de Renaissance Communiste' e, em 1998, incompatibilizou-se com o P.C.F., que ele acusou de «deriva social-democrata e de abandono da sua autenticidade comunista». Aqui presto homenagem à coragem e ao valor de um ser superior. De um homem que, independentemente das ideias e do ideal que professou, merece ser recordado por todos os defensores da Liberdade...

sexta-feira, 12 de julho de 2013

CAMBALHOTAS & PALHAÇADAS

Confesso que já estou farto da cobertura dada (24 h/24 h) pelos nossos canais de TV às cambalhotas e outras palhaçadas dos políticos do chamado 'arco da governação'. E à lengalenga, sobre o mesmo tema, dos jornais e revistas. Não é necessário gastar-se tanta cera com tão maus defuntos. Os Portugueses, na sua quase generalidade, já compreenderam que esta gente -incompetente e irresponsável- está mais interessada em resolver as suas comezinhas ambições pessoais do que em solucionar os graves problemas que o país atravessa. E que eles, os tais políticos, criaram. A estratégia do próprio presidente da República é, ela, mais uma habilidade (saloia) para manter no poder os responsáveis pela crise ou para os substituir por 'vieux chevaux de retour', que já nada têm a oferecer a este sacrificado povo. A não ser, naturalmente, mais pacotes de promessas e de ilusões. Como muitas outras pessoas deste país, eu estou convencido de que Portugal pode superar a crise que o afecta e, inclusivamente, pagar a famigerada dívida. Mas com outra gente e, sobretudo, com outra política. Os arrivistas para a rua ! Eleições já !!! Porque elas são a única maneira de ultrapassar, de maneira democrática, este momento difícil da nossa História, que nos retira soberania e que deslustra esta nação com quase nove séculos de existência..

REDESCOBERTA DE UM VELHO FILME

Lembro-me de ter visto em inícios dos anos 60 -num cinema do Barreiro, onde eu então residia- uma fita de aventuras colorida realizada por John Farrow (o pai de Mia) e intitulada «John Paul Jones». Na qual tomei conhecimento da existência desse insigne capitão de marinha que dá o título à película e que arrancou para a jovem nação americana (quando comandava o navio «Bonhomme Richard») a primeira grande vitória contra a quase invencível armada inglesa. Depois, esqueci essa fita dos meus tempos de adolescente... Foi, pois, com uma enorme surpresa que, aqui há dias, em Espanha, descobri uma cópia videográfica desse filme quase esquecido, visto pela primeira e única vez há uns bons 50 anos. Comprei a cópia em questão e, garanto-vos, que gozei imenso como a revisualização dessa relíquia. A cópia DVD de «John Paul Jones», perfeitamente restaurada, contribuiu para que o prazer fosse ainda mais intenso e para que o mar -espaço privilegiado das aventuras do herói- os combates navais, os veleiros e as fardas ganhassem mais fulgor. Esta obra (que eu reconheço modesta) tem a marca dos estúdios Warner Bros. e contou com as interpretações de Robert Stack, Marisa Pavan, Charles Coburn, MacDonald Carey, Jean-Pierre Aumont e com a participação especial de Bette Davis, que, nesta fita, representa o papel da Grande Catarina, imperatriz da Rússia. Paguei 13 euros pela caixinha que contém o filme em questão e um magnífico opúsculo de 30 páginas com informação e ilustrações preciosas sobre esta película; que, acreditem, me transportou para os saudosos tempos da minha juventude. Nota : este DVD não tem legendagem na nossa língua e pertence a uma esplêndida colecção chamada 'Cineclub'. Muito justamente, porque a dita  integra, sobretudo, obras cinematográficas dos anos 30, 40 e 50 do século passado e porque (através dos opúsculos) fornece informação detalhada sobre as películas seleccionadas.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

ADEUS DÉDÉ...

Faleceu, hoje, em França -seu país natal- o acordeonista André Verchuren. Tinha 92 anos de idade e foi um dos artistas populares mais apreciados pelos seus compatriotas. Que se lembram que Verchuren («le roi du piano à bretelles») também foi -nos tempos difíceis da ocupação hitleriana- um abnegado resistente. Que pagou o seu amor à liberdade com uma estadia no universo concentracionário de Dachau; onde foi torturado e obrigado a trabalhar, como auxiliar, no serviço dos sinistros fornos crematórios. Essa experiência macabra, que só terminou com o fim da guerra, em Maio de 1945, marcou-o para sempre, mas não lhe retirou a vontade de continuar a sua carreira de músico e de tornar-se um dos acordeonistas mais estimados de sempre. André Verchuren animou 10 000 espectáculos e vendeu mais de 80 milhões de discos. Embora pudesse interpretar peças de música clássica, o seu repertório era eminentemente popular. O seu grande êxito, inspirou-se numa música do folclore intitulada «Les Fiancés d'Auvergne». Verchuren era oficial da Legião de Honra e comendador da Ordem Nacional do Mérito. Adeus Dédé...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

SÁBADO À NOITE, NO CRATO

Tive a ocasião (e a sorte) de assistir sábado à noite -na Praça do Município do Crato- a um espectáculo musical de grande qualidade. Integrado num evento promovido pela Câmara local, chamado 'A Praça (en)Canta' e que tem como objectivo trazer àquela zona central da vila uma animação musical, que preencha (utilmente) as noites cálidas de Verão, este evento reuniu o Quarteto do Sol, os orfeons de Portalegre e da Comenda e Alexandra Martins. Que encantaram as dezenas de pessoas presentes no local. Isto dito e sem desprestígio para os outros participantes, quero aqui realçar a excelência do Quarteto do Sol, constituído por três músicos de primeira água e pelo maestro Domingos Redondo, que nessa noite fez, uma vez mais, a cabal demonstração das suas capacidades vocais, cantando (essencialmente) temas de um poeta portalegrense. Parabéns, pois, aos artistas, ao maestro Redondo (que coordenou todo o espectáculo) e à Câmara Municipal do Crato, que nos proporcionaram esta bonita noitada. Único senão : o calor excessivo que se fez sentir todo o serão e que obrigou à ingestão de litros e litros de água. Mas, enfim, estamos no Alentejo e a canícula estival também já faz parte da festa...

1943 : ALGO DE NOVO NA FRENTE ORIENTAL

2ª Guerra Mundial, frente do leste : o curso dos acontecimentos alterou-se, em Fevereiro de 1943, logo após a histórica e custosa vitória alcançada pelos Soviéticos na batalha de Estalinegrado. No termo da qual se contabilizaram a morte em combate de 1 milhão de homens (das duas forças em contenda) e a captura de centenas de milhar de militares hitlerianos do derrotado 6º Exército do marechal von Paulus ! Durante a subsequente ofensiva do Exército Vermelho -que obteve nova e decisiva vitória na batalha de  Kursk em Julho desse mesmo ano- as tropas mobilizadas pela U.R.S.S. ganharam novo fôlego e só pararam a sua marcha triunfal na capital do efémero 3º Reich (aquele que deveria durar 1 000 anos...), que eles investiram e conquistaram em Maio de 1945. A imagem mostra dois soldados de infantaria do Exército Vermelho, já no percurso que os haveria de conduzir a Berlim, olhando a carcaça destruída de um tanque inimigo. O contentamento está estampado no rosto daqueles que -no glorioso e emblemático Dia dos Trabalhadores- iriam içar a bandeira vermelha no cimo das ruínas do Reichtag. E que acabariam com o nazismo de triste memória ! O regime soviético também colapsou umas décadas mais tarde. Mas isso, é já outra história...

sábado, 6 de julho de 2013

AS MINHAS CANTIGAS PREFERIDAS


VILA DE FRADES

 

No sangue rubro dessa sua cor

No seu perfume, no seu paladar

Tanto Alentejo há no seu sabor

E este desejo de o saber cantar

 

(refrão)

 

Vila de Frades já não tem abades

Mas tem adegas que são catedrais

Os seus palhetes são brilharetes

São de beber e chorar por mais

 

São de beber e chorar por mais

Nossas gargantas são o seu caminho

Cantam os melros, cantam os pardais

Cantamos nós à festa do vinho

 

(refrão)

 

Vila de Frades já não tem abades

Mas tem adegas que são catedrais

Os seus palhetes são brilharetes

São de beber e chorar por mais

 

Pacata, pura, sem grandes alardes

Também outrora tomada à moirama

Branca e singela é Vila de Frades

Nesta planície linda alentejana

 

(refrão)

 

Vila de Frades já não tem abades

Mas tem adegas que são catedrais

Os seus palhetes são brilharetes

São de beber e chorar por mais

 

 

(A letra desta bonita canção é da autoria do vilafradense Joaquim Caeiro, que com ela quis homenagear a sua terra natal. A música é de raiz tradicional transtagana).

sexta-feira, 5 de julho de 2013

BYE BYE JIMMY GONDOLFINI...

Faleceu no passado dia 20 de Junho, em Roma, o actor norte-americano James Gondolfini. Embora consistente, a sua carreira profissional ficou marcada (mais do que ele terá desejado) pelo papel de Tony Soprano, o chefe mafioso da série (de sucesso mundial) «Os Sopranos». Consequência da morte deste excelente comediante de origem italiana, nascido em 1961 : ataque cardíaco fulminante.