Sim ! Este é Cecil, o leão de juba preta do Zimbabué, recentemente abatido por um rico caçador desportivo dos Estados Unidos. Que, para cometer a 'façanha' que lhe deu notoriedade mundial (pelos piores motivos), terá gasto a bagatela de 45 000 euros. Só para demonstrar a sua destreza com o arco e as flechas, que foram a arma e os projécteis que ele utilizou para liquidar o bicho. Parece que os seus apaniguados (uns indivíduos da região, pagos para o efeito) conseguiram atrair o animal -que era tido como emblemático no parque natural onde vivia- para fora dos limites da reserva; para que o seu abate cheirasse a legalidade. O que não os impediu, mái-lo caçador, de esquartejar o Cecil, para tentarem recuperar o 'chip' que identificava o famoso animal... Parece que, nas redes sociais dos EUA, mas não só, se criou tal clima de hostilidade contra o fulano, que o furtivo caçador de feras (que é médico e que devia ter juízo) se viu obrigado a abandonar a localidade onde vivia e exercia a sua profissão. Enfim, prova da rapidez com que a informação se propaga, mas também prova da maior sensibilidade das pessoas perante coisas que não deveriam acontecer. Mas tudo isto também constitui a prova real de que a informação e a indignação são selectivas, dirigidas, canalizadas. Pois (como se viu) é o fim do mundo, quando se atenta contra a vida de um bicho (e eu até acho bem que isso aconteça), mas -nas redes sociais- é pouca a importância dada ao drama de milhões de pessoas que, quotidianamente, morrem de fome no Continente Negro, ou ao dos muitos milhares de outros africanos que desaparecem nos trilhos do deserto, a caminho das costas do Mediterrâneo; mar cruel, onde muitas centenas de outros seres humanos perecem miseravelmente, todos os dias, na ânsia de arribar a um 'paraíso europeu' que não existe, que é uma miragem. E isto é só um exemplo...
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