O filme «A RAPARIGA DO RIO PÓ» («La Donna del Fiume») foi classificado, em Portugal, para maiores de 18 anos. Curiosamente, apresentava algumas cenas ousadas, que escaparam (vá lá saber-se porquê ?) à habitual sanha dos homens da tesoura censória. A profusão de imagens mostrando as belíssimas pernas nuas de Sofia Loren, bastaram para que um banal 'filme de faca e alguidar' (ou pouco menos) enchesse as salas de cinema que por cá o exibiram. Realizado, em 1954, por Mario Soldati, esta fita contava as desditas de Nives, uma moça de origem rural, seduzida e abandonada por Gino, um galã de aldeia. Malandrim que, por despeito, ela vai denunciar às autoridades como um perigoso contrabandista. Depois de ter satisfeito a sua vingançazinha, a 'desinfeliz' deixa a sua terra, para ir trabalhar -como apanhadora de caniço- no delta do rio Pó. Onde combina os seus afazeres profissionais com o papel de mãe de Tonino, fruto dos seus amores ilegítimos com Gino. Com o tempo, os problemas da sofrida Nives vão agravar-se com a morte acidental do seu filho. Mas esse pungente drama vai aproximá-la do pai do menino, que -arrependido e regenerado- reconquista o coração da bela. Para além da pulposa 'star' italiana, participaram neste filme os actores Rik Battaglia, Gérard Oury Lise Bourdin e Nino Marchetti, entre outros. «A RAPARIGA DO RIO PÓ» tem fotografia a cores, uma duração de 105 minutos e apresenta a chancela da companhia Minerva Film. Nunca cheguei a ver esta película no cinema, mas lembro-me muito bem, quando eu era ainda um miúdo, do fascínio que, ao tempo, as tais imagens da escultural Sofia -futuro 'sex symbol' universal- exerceu nos machos lusitanos e dos comentários libidinosos de alguns deles. Que elegeram esta película de produção ítalo-francesa como um dos filmes das suas vidas. Só há relativamente pouco tempo me foi dada a oportunidade de conhecer esta fita, graças ao visionamento de um DVD editado e comercializado em França. Satisfeita a minha curiosidade, penso que, passados tantos anos, o filme terá perdido muito do seu primitivo charme. Mas, sinda assim, vale a pena ser visto. Nem que seja só para nos lembrarmos de quanto era bela, naquele tempo, uma jovem que trocou o seu anónimo apelido de registo -Scicolone- por Loren e que se tornou num dos grandes mitos da História da 7ª Arte.
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