Diz a Bíblia (Novo Testamento) que, numa das suas peregrinas incursões pelo deserto, S. João Baptista sobreviveu, nesse meio hostil, comendo gafanhotos e mel de abelhas selvagens. Há também, ao que me foi dito, referências ao consumo desse insecto em certas regiões da Europa da Idade Média, sob forma de pasta. Com a qual se barraria o pão negro desse tempo, como se fosse manteiga... O que é certo é que, ainda hoje, esse bicho -que nós, ocidentais, achamos repugnante- é muito apreciado no Extremo Oriente, onde é cozinhado de mil e uma maneiras. Segundo fontes emanando de conceituados nutricionistas e de peritos de instâncias internacionais encarregadas de encontrar soluções para alimentar uma população mundial que está a crescer exponencialmente (parece que a população da Índia vai, proximamente, superar a da China), os gafanhotos e muitos outros insectos constituem reservas alimentares a ter em conta. Com 75 % de proteínas, não é, pois, de admirar que eles entrem em linha de consideração, numa altura em começa a escassear o peixe nos oceanos (veja-se o que está presentemente a acontecer em Portugal com a sardinha) e que são atribuídos aos bovinos (e outros animais destinados à alimentação humana, tais como porcos, ovinos, etc) ou melhor à sua criação intensiva, responsabilidades na poluição atmosférica. Na opinião dos especialistas da FAO (organização da ONU para a alimentação e agricultura), a criação intensiva de gado destinado à produção de carne é uma actividade mais poluidora do que o sector dos transportes; para além de também ser responsável pela desmatação irracional de vastas áreas de floresta, como acontece na Amazónia, por exemplo. Por estas e por mais razões, não será, pois, de admirar que, num futuro próximo, também nós comecemos a orientar as nossas necessidades alimentares para estes bichos. Que hoje apenas (e ainda) só são 'comida de chinês'...
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