quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

SIMPLESMENTE IMPRUDENTE !

A imprensa nacional refere hoje, de maneira unânime, que -neste período de Natal- os Portugueses andam a gastar (em prendas, viagens e folguedos) qualquer coisa como 210 milhões de euros por dia. Como se vivêssemos no Eldorado ou como se a crise fosse coisa do passado... Eu não quero armar-me em crítico desta atitude que, afinal, é (desde tempos imemoriais) muito nossa. Não me quero armar nem em crítico, nem em moralizador. Mas a verdade é que o que vejo nas grandes superfícies (onde vou, quando necessário) é que se desbarata dinheiro à fartazana, só para cumprir um ritual, que a mim me parece desadequado e injustificado. Desadequado, porque continuamos a viver (ao que me parece) muito acima das nossas reais possibilidades, gastando no Natal o dinheiro que nos fará falta nos próximos meses. Injustificado, porque o espírito de Natal -que deveria ser de solidariedade para com os nossos irmãos mais desprotegidos, sobretudo com as suas crianças- continua a ser pervertido, com esbanjamento de dinheiro em futilidades. E, com isto, não quero dizer que adoptemos uma atitude miserabilista nesta quadra festiva. Mas... Na minha região e por esse Portugal fora, conheço pessoas que, quando estão com a corda na garganta, solicitam ajuda a instituições apropriadas para poderem sobreviver. Ajuda que lhes é negada, porque aquando da visita preliminar a suas casas dos agentes sociais, estes observam que, se ali não há pão, não faltam, no entanto, os computadores, as televisões, os telefones de última geração e outro material electrónico sofisticado e caríssimo. O que indicia que, em muitos casos, a falta de meios das pessoas tem a ver com uma gestão pouco correcta do dinheiro das famílias. Acho, sinceramente, que muitas famílias portuguesas necessitam -com urgência- de lições de economia doméstica; que lhes ensine a viver com os meios de que dispõem neste país de injustiças flagrantes. Porque gastarmos, como está a acontecer neste Natal (e segundo referem os jornais), milhares de milhões de euros suplementares é verdadeiramente extraordinário. E, sobretudo, imprudente. Lembrai-vos disto : o pai-natal é mau conselheiro. Mandem-no à fava !

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