Gerónimo -o grande caudilho Apache- nasceu a 16 de Junho de 1829 (no seio da tribo Bedonkohe) numa margem do ribeiro do Perú (Turkey Creek), que é um afluente do rio Gila, no Novo México). Arreigado à sua terra e às tradições do seu povo, Goyaalé (seu verdadeiro nome, que, curiosamente, significa 'aquele que boceja') defendeu-as encarniçadamente contra os mexicanos, num primeiro tempo, e, depois, contra os colonos e as tropas ianques; que chegaram a mobilizar um exército de 5 000 homens para vencer a sua resistência. Isso acabou por acontecer, quando ele chefiava um grupo de 38 homens, mulheres e crianças mal armados e esfaimados. Se houvesse justiça, Gerónimo (nome que lhe foi dado pelos mexicanos, em circunstâncias que não vêm agora a propósito) já teria sido referenciado como um dos mais importantes estrategos do seu tempo. Que o digam os generais Crook e Miles do exército norte-americano, que só o submeteram fazendo-lhe falsas promessas de paz, que nunca chegaram a cumprir. Nomeadamente a de o deixarem viver em sossego, com os seus, no território do actual Novo México, onde ele tinha as suas raízes. Deportado para a Florida, depois para o Alabama e, finalmente, para Fort Sill, no Oklahoma, ali morreu (de pneumonia) em 17 de Fevereiro de 1909, com 79 anos de idade. Sem nunca mais ter podido voltar a ver o rios Turkey e Gila, junto dos quais nascera e vivera em liberdade . O cinema hollyoodesco apoderou-se do seu nome e da sua imagem, para fazer dele o monstro sanguinário que, na realidade, ele nunca foi. Dos cerca de 30 filmes ou telefilmes que evocam a sua figura, só dois ou três (se tanto) fazem justiça ao homem, ao guerreiro, ao patriota que viviam nele...
«Eu nasci onde brotam as nascentes do rio Gila» - Inscrição no túmulo de Gerónimo (tradução livre).
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