A OLIVEIRA
Ó linda e bela oliveira
de velho tronco cinzento,
quando por ti perpassa e esvoaça o vento,
as tuas folhas cantam-nos baixinho,
desta maneira, devagarinho :
-Eu dou o azeite brando
que tempera e que alumia;
eu acendo a luz do dia
quando a noite vem tombando.
Em casa do pobre eu sou
a alegria do seu jantar...
Coitado de quem andou
um dia inteiro a cavar !
Afonso Lopes Vieira
(Este poema foi um dos muitos que Lopes Vieira, vate leiriense, espalhou pelos livros (únicos) de instrução primária dos meus tempos de criança. Estes versos faziam parte do «Livro de Leitura da 3ª Classe»; daquele livro identificado pela ilustração de capa, que representava um sorridente menino com a farda da Mocidade Portuguesa, empunhando um estandarte dessa organização da juventude salazarista e rodeado de outros miúdos brandindo bandeirinhas da Fundação e da República. Estão a topar ?... Se não se lembram, aqui deixo imagem da capa do dito livro).
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