domingo, 18 de maio de 2014
IR AO RESTAURANTE
Aqui há dias, passando por um quiosque de jornais, não pude furtar-me ao habitual prazer de dar uma rápida vista de olhos aos títulos dos quatro ou cinco quotidianos expostos. E, na capa de um deles, surpreendeu-me uma notícia, que referia o fecho (nestes últimos anos) de 8 000 (!!!) restaurantes portugueses. Não comprei o jornal em questão e, por conseguinte, limito-me apenas a registar esse número, que acho extraordinário. Que me deixou banzado. Presumo que a crise que lavra por todo o país e o IVA a 23% sejam as principais causas desse descalabro, que não poupou ninguém : nem os proprietários de estabelecimentos reputados pela qualidade da sua cozinha, nem os outros. E quando falo dos outros, estou a considerar (no seu todo) aquelas casas de pasto (honestamente não se lhes pode dar outro nome), onde se enche a barriga e nada mais. Restaurantes que existiam em todas esquinas das vilas e cidades deste país e que, em troca de um mau bife com batatas fritas, de uma garrafinha de zurrapa e de um pudim de caramelo, nos sacavam, com o maior dos descaros, 14 ou 15 euros por cabeça. Quero dizer com todo este palavreado, que muitas dessas casas não tinham um mínimo de qualidade para funcionarem e que será bom, passada a crise, que não voltem a abrir portas. Constatei que muitas pessoas que eu conheço, já preferem ir menos vezes ao restaurante, para poderem optar, quando o fazem, por uma visita a um estabelecimento de qualidade. Onde se é servido com competência por verdadeiros profissionais do ramo e onde a cozinha (que pode até nem ser requintada) tem aquele toque gastronómico que a distingue do 'comer' das criticadas casas. A começar pela apresentação do empratamento. Confesso que, para mim (que frequento os restaurantes com muito menos assiduidade do que num passado recente), isso se reveste da maior importância. Porque o tempo das pratalhadas já lá vai. É com muito prazer que aqui deixo três imagens do que de melhor se faz, actualmente, a esse nível. Pratos deliciosos, servidos quantitativamente nas doses certas e com aquela aparência que é mais do que isso. Talvez estes restaurantes sejam mais caros (e são-o, seguramente), mas oferecem-nos, em contrapartida, um prazer impagável; porque transformam cada uma das nossas visitas num acto civilizacional.
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