Esta obra de arte, que permite a travessia do rio Garonne, em Bordéus (rio que, a partir dali, e até à foz, passa a chamar-se Gironda), foi concebida pelos engenheiros de obras públicas Deschamps e Billaudel e abriu à circulação em 1822. Foi a primeira obra do género a servir a cidade de Bordéus (no seu espaço urbano) e assim se manteve durante mais de 130 anos. Para realizar e financiar as obras dessa ponte de 17 arcos e com um comprimento de 486 metros, foi constituída a Compagnie du Pont de Pierre, cujos accionistas foram reembolsados do capital investido pelo estabelecimento de portagens. De qualquer modo, esta ponte (que apresentou grandes dificuldades de construção, devidas às fortes correntes do rio) trouxe à cidade um incremento (nomeadamente industrial) notável, assim como à sua região. Eu ainda conheci esta ponte (nos anos 60 do passado século) como meio singular para atravessar aquele obstáculo natural constituído pelo Garonne. Situação incómoda para quem vinha para Portugal (por exemplo) e que era ali obrigado (sobretudo nos meses de Verão) a pacientar, com os seus carros, em longas filas, antes de atingir -por vezes, horas mais tarde- a margem esquerda do referido rio. Até que, em finais dos já referidos anos 60, foi aberta à circulação automóvel a moderna ponte suspensa ('Pont d'Aquitaine') e, pouco tempo depois, as autoestradas e respectivas alcântaras, que permitiram dar mais fluidez ao trânsito. Que, desde então, deixou de ser problemático, à excepção (obviamente) das horas de ponta. Actualmente, suporta também o metro de superfície local.
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