LE COLIBRI
Le vert colibri, le roi des collines,
Voyant la rosée et le soleil clair
Luire dans son nid tissé d'herbes fines,
Comme un frais rayon s'échappe dans l'air.
Il se hâte et vole aux sources voisines
Où les bambous font le bruit de la mer,
Où l'açoka rouge, aux odeurs divines,
S'ouvre et porte au coeur un humide éclair.
Vers la fleur dorée il descend, se pose,
Et boit tant d'amour dans la coupe rose,
Qu'il meurt, ne sachant s'il l'a pu tarir.
Sur ta lèvre pure, ô ma bien-aimée,
Telle aussi mon âme eût voulu mourir
Du premier baiser qui l'a parfumée !
** Este bonito soneto é da autoria do poeta francês Charles-Marie Leconte de Lisle (1818 -1894)
e foi traduzido para a língua portuguesa por Sua Majestade D. Pedro II, imperador do Brasil (1825 - 1891); que, manifestamente, era um homem de cultura **
Aqui fica a dita tradução para a nossa língua :
O BEIJA-FLOR
O verde beija-flor, rei das colinas,
Vendo o rocio e o sol brilhante
Luzir no ninho, trança d'ervas finas,
Qual fresco raio vai-se pelo ar distante.
Rápido voa ao manancial vizinho,
Onde os bambus sussurram como o mar,
Onde o açoká rubro, em cheiros de carinho,
Abre, e eis no peito húmido a fuzilar.
Desce sobre a áurea flor a repousar,
E em rósea taça amor a inebriar.
E morre não sabendo se a pôde esgotar.
Em teus lábios tão puros, minha amada,
Tal minha alma quisera terminar,
Só do primeiro beijo perfumada !
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