domingo, 3 de maio de 2015
A PROPÓSITO DO DIA DA MÃE...
Não gosto de falar do Dia da Mãe, nem de outros dias artificialmente inventados, ao longo das últimas décadas, para grande proveito dos senhores comerciantes. Especialmente dos grandes magnatas do comércio, que ganham milhões com os dias disto, daquilo e daqueloutro. Acho que o dia das mães deve ser todos os dias da vida delas e das nossas e deve caracterizar-se pelo amor e respeito que devemos àquelas que nos deram a vida e que muito contaram na nossa formação de seres humanos. Seres humanos que, por vezes, esquecemos de ser. A minha progenitora (com quem eu já estive hoje) é uma velhinha com quase 93 anos de idade. Que já não tem, como é óbvio, a força física de outrora; e que, por essa razão de peso, resolveu (aqui há uns anos atrás) viver enclausurada na sua própria casa. É claro que a família lhe dá o apoio que ela necessita e merece; mas a verdade é que, pela força das circunstâncias, a idosa senhora passa diariamente algumas horas de solidão. Aqui há anos atrás, tinha a companhia da TV; que, apesar de não valer grande coisa (e essa é a minha opinião), a distraía com as suas emissões diárias. Agora nem isso lhe vale. Depois do governo (já não me lembro de quem) ter tomado a decisão de introduzir, no nosso país, a TDT (Televisão Digital Terrestre), muitas aldeias isoladas do território nacional -como a minha- estão a maior parte do tempo sem antena. Creio estarmos na presença de uma das maiores vigarices de que jamais foram vítima os telespectadores portugueses. Pois viram-se obrigados a comprar um 'aparelhómetro' para captar as imagens do canal aberto, sem resultados úteis. E continuam a pagar taxa por um serviço que não lhes é facultado. Esta situação (que se prolonga há longos meses e já foi muitas vezes denunciada) é um embuste, é um esbulho, que prejudica quem não pode ou não quer pagar os serviços da NOS, da Zon e assimilados. E 'prontes', ninguém diz nada, ninguém se importa. Ninguém se indigna com o facto de parte substancial da população nacional (que conta muitos velhinhos) tenha sido alvo de uma golpada sem precedentes. Enfim, coisas à portuguesa... E que se lixem as mães deste país.
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