quinta-feira, 20 de novembro de 2014

FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (23)

Esta imagem foi colhida por um repórter fotográfico que (há 62 anos) se encontrava num terreno próximo do aeroporto de Beirute. Em frente do qual encalhou, na madrugada de 22 de Dezembro de 1952, o paquete francês «Champollion», da frota da companhia Les Messageries Maritimes. Enganados pelo feixe de luz de um novo farol ali construído recentemente (e ainda não repertoriado nas suas cartas de navegação), os oficiais do navio gaulês foram enfeixar-se nuns rochedos situados (como mostra a fotografia) a escassa distância da costa. O «Champollion», que iria terminar em Beirute um 'Cruzeiro de Natal' promovido pelo seu armador, procedia de Port Said (Egipto), onde fizera escala, com 200 membros de equipagem e 111 passageiros, sendo 98 deles peregrinos com destino à Terra Santa. Devido a condições de tempo execráveis -com rajadas de vento forte e muita chuva- o paquete não pôde ser abordado pelas embarcações de grande porte, que apareceram no local do desastre, após terem sido lançados os primeiros SOS. Nessas circunstâncias e em desespero de causa, muitos dos náufragos lançaram-se às águas revoltas do Mediterrâneo, na tentativa de salvar as vidas. Devido à proximidade da terra firme, muitos deles conseguiram, desse modo, sobreviver. outros foram, finalmente, resgatados do navio em perdição (e que entretanto se partira ao meio) pela coragem inaudita de três irmãos libaneses -pertencentes aos Pilotos da Barra- que, com perigo para a própria vida, conseguiram aproximar a sua lancha do «Champollion». Houve, no entanto, 15 mortos a lamentar. A perda do paquete francês foi julgada em tribunal próprio e a tripulação (incluindo o seu capitão, que, como mandam as leis do mar, foi o último homem a abandonar o navio) foi ilibada de toda e qualquer culpa.

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