sábado, 15 de novembro de 2014

FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (22)


Este horrível quadro foi fotografado em Março de 1968 por Ronald Haeberle, um militar do exército dos Estados Unidos, destacado para a guerra do Vietnam. Este 'cliché' foi reproduzido milhares de vezes, por todos os jornais do mundo. Mostra um caminho de acesso à aldeia vietnamita de My Lai repleto com cadáveres de mulheres, de crianças e de idosos, essencialmente. A 'proeza' foi cometida por elementos das forças armadas norte-americanas, pertencentes à Companhia Charlie, da 11ª Brigada de Infantaria, colocados sob o mando do tenente William Calley. Elementos que tomaram (segundo informações emanadas da hierarquia) os habitantes da aldeia por apoiantes activos da guerrilha Vietcong. Depois deste escândalo de grandes proporções -que ocorreu no dia 16 de Março de 1968 e que enojou o mundo inteiro, incluindo a população civil dos 'states'- um inquérito foi aberto para que, posteriormente, fossem julgados os responsáveis por uma carnificina, que vitimou, indiscriminadamente, centenas de pessoas indefesas. Duas dezenas de militares (incluindo um general) foram presentes a tribunal, mas só um deles foi considerado culpado pelos acontecimentos de My Lai, o 2º tenente William L. Calley. Que foi, numa primeira instância, condenado a prisão perpétua e que viu, dois dias mais tarde, essa pena ser substituída por uma pena alternativa de 3 anos e meio de prisão domiciliar nas instalações da base militar de Fort Benning, no estado da Geórgia. Facto que não dignificou a justiça militar do país do tio Sam. Comparada aos massacres perpetrados pelas tropas SS, durante a 2ª Guerra Mundial, em Oradour-sur-Glane (França) e em Lidice (Checoslováquia), esta carnificina -que foi precedida por violações de aldeãs e por outros actos bárbaros- lançou o descrédito total sobre a instituição militar americana e colocou a opinião pública nacional e internacional contra uma guerra horrorosa, que ainda duraria mais cinco anos. Calley, quanto a ele, sempre justificou o injustificável com a obrigação de cumprir ordens explícitas vindas de cima e que eram «para matar tudo o que se mexesse».

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