É preciso avisar toda a gente.
Dar notícia, informar, prevenir
Que por cada flor estrangulada
Há milhões de sementes a florir.
É preciso avisar toda a gente.
Segredar a palavra e a senha,
Engrossando a verdade corrente
Duma força que nada a detenha.
É preciso avisar toda a gente
Que há fogo no meio da floresta
E que os mortos apontam em frente
O caminho da esperança que resta.
É preciso avisar toda a gente
Transmitindo este morse de dores
É preciso, imperioso e urgente
Mais flores, mais flores, mais flores.
**João Apolinário**
Poeta português nascido em Belas (Sintra) no ano de 1924 e falecido em 1988 na admirável vila alentejana de Marvão, onde elegera domicílio. Resistente à ditadura salazarista, foi preso e torturado. Esteve alguns anos exilado no Brasil, onde escreveu parte da sua obra. Deixou-nos vasto espólio literário, no campo da poesia, do teatro, da reportagem e da canção (enquanto letrista).
Dar notícia, informar, prevenir
Que por cada flor estrangulada
Há milhões de sementes a florir.
É preciso avisar toda a gente.
Segredar a palavra e a senha,
Engrossando a verdade corrente
Duma força que nada a detenha.
É preciso avisar toda a gente
Que há fogo no meio da floresta
E que os mortos apontam em frente
O caminho da esperança que resta.
É preciso avisar toda a gente
Transmitindo este morse de dores
É preciso, imperioso e urgente
Mais flores, mais flores, mais flores.
**João Apolinário**
Sem comentários:
Enviar um comentário